Pinochet sofre ataque cardíaco e está na UTI

O ex-ditador chileno Augusto Pinochet sofreu um ataque cardíaco na madrugada deste domingo e foi internado, também com um edema pulmonar, às pressas no Hospital Militar de Santiago. Seu quadro clínico é estável, mas há risco de vida, segundo médicos que o

“Suas condições são estáveis, mas graves”, disse aos jornalistas o médico Juan Ignacio Vergara, que atendeu o general na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital militar. Ele destacou que neste domingo Pinochet apresentou as condições mais graves de todas as vezes em que esteve internado no hospital.



Complicações de saúde



Um novo boletim médico será divulgado às 19 horas (20 horas de Brasília). Por enquanto, é impossível determinar por quanto tempo Pinochet permanecerá hospitalizado, caso se recupere.



O ex-ditador foi acometido nos últimos anos por diversos problemas de saúde, derivados de diabetes, problemas vasculares e outras doenças crônicas de que sofre. Microinfartos cerebrais e complicações vasculares, entre outras enfermidades, obrigaram-nor a visitar várias vezes o hospital em 2005, mas não em 2006. Seus advogados alegaram também incapacidade mental, na tentativa de evitar sua condenação pelos crimes cometidos pela ditadura.



Felipe Pinochet, neto do general, disse, após visitá-lo no hospital, que ele “está fora de perigo, mas em estado muito delicado”. Agregou que os médicos “conseguiram estabilizar o coração” do general.



Preso devido à  “Caravana da Morte”



Pinochet, que completou 91 anos em 25 de novembro, dois dias depois teve sua prisão domiciliar decretada dentro de um processo sobre violação dos direitos humanos.



O general reformado Luis Cortés Villa, diretor da Fundação Augusto Pinochet, criticou “a perseguição de que foi objeto um homem que fez tanto pelo Chile. Imagine, dois dias depois de seu aniversário, ordenaram sua prisão”, acrescentou.



O  juiz Víctor Montiglio ordenou a detenção do ex-ditador pelo seqüestro e homicídio de Wagner Salinas e Francisco Lara, dois dissidentes detidos e executados no fim de setembro de 1973 por membros da “Caravana da Morte”. Esse esquadrão da morte militar  executou 75 presos políticos em sua passagem por várias cidades do Chile, nos meses que se seguiram ao golpe de 11 de setembro de 1973.



No seu 91º aniversário, Pinochet divulgou uma carta pública, lida por sua esposa, em que assumia a “responsabilidade política” de seus atos, mas dizia que tudo o que fez foi “por amor à pátria”. “Assumo a responsabilidade política de todos os meus atos”, afirmou Pinochet na carta.



Com informações da agência EFE