Oposição libanesa faz vigília pela demissão de governo
Há quase uma semana, manifestantes de oposição, integrados pelo Hezbolá, pelo PC do Líbano, pelo movimento xiita Amal e por forças cristãs do nacionalista Michel Aoun, acampam em frente à sede do governo em Beirute e exigem a renúncia do primeiro-ministro
Publicado 05/12/2006 16:09
A vigília da oposição no centro da capital libanesa pedindo a renúncia do governo ganha ao anoitecer a cara de um animado evento social, com vendedores ambulantes, música, dança, comida, conversa, baralho e paquera dividindo o espaço com bandeiras, palavras de ordem e discursos.
Nesta terça-feira os manifestantes vão realizar o funeral de Ahmed Ali Mahmoud, de 21 anos, um xiita que foi morto a tiros na noite de domingo num bairro sunita da capital libanesa durante um confronto entre jovens dos dois grupos.
Mahmoud já foi velado na segunda-feira pela família e à noite foi levado para o centro da cidade para a procissão funerária e o sepultamento na terça-feira. É um momento em que ânimos costumam ficar exaltados e o temor pelo risco de violência aumenta.
“Já houve um morto e vários feridos e nós continuamos aqui. Nós estamos dedicados à causa e por isso não temos medo”, disse o estudante xiita Amou Chali.
Chali é um dos muitos jovens que participam deste protesto sem filiação formal com nenhum dos grupos de oposição, na maioria identificados pela mídia ocidental como pró-Síria, que se opõem ao atual governo pró-Estados Unidos.
“Esse governo trabalha com os Estados Unidos, trabalha com Israel. Eles estão se aliando com aqueles que querem a guerra no Líbano”, disse Chali.
A oposição diz que não tem nenhuma intenção de adotar táticas violentas mas que vai manter a pressão até que o gabinete do primeiro-ministro Fuad Siniora renuncie.
“Vamos ficar aqui (nas ruas) até o governo cair. Temos tempo”, disse Mohamed Hassan Gabres, simpatizante do Hezbolá.