Cláudio Lembo recebe MST para discutir reforma agrária em SP

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se encontra com o governador paulista, Cláudio Lembo (PFL), nesta quinta-feira (14/12), em audiência para discutir a realização da reforma agrária nas terras devolutas em São Paulo.

A entidade reivindica que o Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) cumpra o seu papel e transforme os 28 mil hectares de terras devolutas em assentamentos de trabalhadores sem-terra. As propriedades pertencem ao poder público e estão sendo usadas ilegalmente para fins particulares, na região do Pontal do Paranapanema (extremo oeste).


 


Cerca de 3 mil famílias do MST permanecem acampadas em todas as regiões do estado. Nos últimos seis anos, nenhum assentamento novo foi criado pelo Itesp. Os números divulgados pelo órgão estadual correspondem a projetos antigos, no qual houve apenas a substituição de famílias.


 


O MST pediu a audiência depois de reunião em novembro com o diretor-executivo do Itesp, Tibério Leonardo Guitton, e com a secretária da Justiça, Eunice Aparecida Prudente, que alegaram não poder atender à pauta de reivindicações. Segundo eles, somente o governador poderia firmar os acordos com os trabalhadores rurais.


 


Em novembro, 400 lavradores do MST ocuparam a sede do Itesp em São Paulo. O prédio foi desocupado depois do compromisso da secretária Eunice em agendar o encontro.


 


O MST também reivindica a renegociação de dívidas dos assentados, a construção de escolas em área rurais, a realização de cursos de agroecologia e a construção de Centros Esportivos e Culturais (Cecas) em assentamentos.


 


Na opinião do movimento, o governo precisa tomar atitudes diante dos casos de violência do latifúndio e do agronegócio no interior do estado de São Paulo. Nos últimos dez anos, foram assassinados mais de 400 trabalhadores rurais no país, que sofreram com 12 mil conflitos, relacionados inclusive a trabalho escravo e desrespeito às leis trabalhistas.