Aldo quer aproveitar repercussão do aumento para cortar despesas

A última semana de trabalho do Congresso nesta legislatura começa tendo como principal assunto o aumento de 91% concedido aos parlamentares. Com a péssima repercussão na opinião pública, duas correntes se apresentaram: a primeira, pedindo que o aumento

O cordão dos que pedem a revisão do aumento foi comandado inicialmente pelo senador do PT, Eduardo Suplicy e, no domingo, engrossado pelo presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Os adeptos dessa idéia sugerem que o Congresso dê aumento referente à reposição da inflação no período de quatro anos, que é de 30%. Assim, os salários subiriam para R$ 16,5 mil reais.



Ao que tudo indica, no entanto, Aldo Rebelo está preferindo a segunda proposta. Tanto que marcou para a próxima terça-feira votação em plenário do projeto que extingue definitivamente os 1,1 mil cargos em comissão, os chamados CNEs, que estão vagos. em agosto passado, ele determinou a demissão dos ocupantes destes cargos. Mas a extinção deles, depende de votação em plenário. Em conversas com outros parlamentares, Aldo revelou que ainda não havia colocado o projeto em votação por temer que fosse rejeitado. Neste momento, no entanto, em que a Câmara precisa mostrar que vai mesmo cortar gastos para custear o aumento dos salários, ele acredita que o projeto será aprovado.



Alguns parlamentares aconselharam Aldo e Renan a utilizarem rede nacional de rádio e televisão para dar explicações sobre o aumento nos salários dos deputados e senadores. Mas eles não estão dispostos a isso, até porque, a decisão de conceder o aumento não foi exclusiva deles, e sim de todos os líderes partidários. Não iriam os dois, portanto, assumir sozinhos a defesa. Eles preferem, segundo têm dito a colegas, demonstar que estão dispostos a reduzir despesas.



Nesta semana, Aldo e Renan Calheiros vão demonstrar detalhadamente as depesas que serão cortadas nos orçamentos das duas Casas, permitindo o remanejamento dos recursos para custear o reajuste salarial dos deputados e senadores.



Para demonstrar que existem recursos para custear o reajuste dos salários, parlamentares têm mostrado que mais de cem deputados, por exemplo, já recebem aposentadoria e, por isso, não terão salários de R$ 24 mil – pois, assim, extrapolariam o teto. Um caso é o de Michel Temer, que já recebe aposentadoria como procurador e tem se posicionado contra o reajuste.



Fonte: Blog da Cristiana Lôbo