UNE e CUT fazem abaixo-assinado contra reajuste parlamentar

A UNE seguiu o exemplo da CUT. As duas entidades estão coletando assinaturas contra o reajuste parlamentar de 91,7%, autoconcedido por deputados e senadores na última quinta-feira (14/12).

Além de fazer o abaixo-assinado, a diretoria plena da UNE – que promoveu encontro nacional em São Paulo nos últimos dias 18 e 19 – aprovou uma moção duramente contrária ao aumento. Na nota, a entidade reafirmou a sua posição de indignação.


 


O documento teve o respaldo das cerca de 80 pessoas, entre diretores da UNE e representantes de entidades estudantis de todo o país, que participaram da reunião. Uma ofensiva desencadeada pela entidade será justamente organizar uma campanha nacional de recolhimento de assinaturas.


 


A orientação da UNE é que os seus diretores – que são de diversas regiões do país – levem aos deputados de seu estado o documento aprovado e as assinaturas recolhidas, cobrando uma explicação para o aumento. Os estudantes também vão engrossar manifestações que estão sendo realizadas pelo país.


 


Mais do que considerar inaceitável a medida, os estudantes querem desafiar os parlamentares a aprovar um aumento igual ao que eles deram a si mesmos para o salário mínimo. A UNE reiterou o seu apoio às iniciativas de deputados, ONGs e entidades sindicais que estão procurando a via judicial para contestar o aumento.


 


São Paulo
A CUT nacional e a CUT-SP decidiram que vão manter o posto de coleta de assinaturas contra o aumento na Praça do Patriarca, em São Paulo. Novas adesões ao abaixo-assinado poderão ser feitas até o final deste ano pelo menos, em horário comercial.


 


Ao longo desse período, outros atos públicos serão realizados em praças de diferentes cidades do estado, onde a CUT tem 17 subsedes. As demais CUTs estaduais e seus sindicatos filiados também continuarão a obter apoio nos locais de trabalho e em suas sedes.


 


No primeiro dia de coleta no centro paulistano, 9,5 mil trabalhadores escreveram seu nome e RG. Em Brasília, onde também foram realizados atos e coleta de assinaturas, a participação chegou a aproximadamente 10 mil pessoas. Pela internet, a adesão em um dia somou 1,5 mil assinaturas.


 


Para a CUT, a decisão tomada pelo STF – que invalidou o reajuste –  não diminui a importância do abaixo-assinado. A entidade avalia que, como é grande a possibilidade de o tema ser decidido no plenário do Congresso, o peso político representado pelas assinaturas populares será decisivo na pressão a ser exercida sobre os parlamentares.


 


Ato dos Químicos


Na noite desta quinta-feira (21), o Sindicato dos Químicos do ABC, filiado à CUT, promove, em sua sede, o Ato de Protesto contra o Aumento Abusivo dos Salários dos Parlamentares.


 


Segundo a entidade, “a decisão dos congressistas é uma vergonha e um despropósito que trará nocivas conseqüências para todos os segmentos da sociedade, principalmente para um país como o nosso, com desigualdades sociais tão gritantes”.