Lula e governadores tomarão posse no mesmo horário

As posses dos seis governadores tucanos no próximo dia 1º de janeiro estão marcadas para o período da tarde, em horários que não permitirão a nenhum deles comparecer à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula assumirá como presidente reeleito para um segundo mandato às 16h, em Brasília. As cerimônias nos seis estados que serão comandados pelo PSDB ocorrerão entre 15h e 18h. De acordo com o site oficial do PSDB, às 15h, assumirão Teotônio Vilela Filho (AL) e José Serra (SP); às 16h, Aécio Neves (MG) e Cássio Cunha Lima (PB); às 17h, Yeda Crusius (RS); e, às 18h, Ottomar Pinto (RR).


 


Há quatro anos, os tucanos Geraldo Alckmin, então eleito em São Paulo, e Marconi Perillo, que na ocasião assumiu como governador de Goiás, viajaram para Brasília a fim de acompanhar a transmissão do cargo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para Lula (clique aqui para assistir à reportagem do “Jornal Nacional” sobre a posse de 2003).


 


O ex-deputado Chico Vigilante, dirigente do PT do Distrito Federal, que participa da organização da posse de Lula, disse que a oposição quer concorrer com o presidente e provocar uma divisão, já que muitos empresários e políticos terão de optar por uma das festas — a do presidente ou a dos governadores.


 


“A posse é um ato institucional. Portanto, eu lamento que eles (governadores tucanos) não compareçam. Seria muito importante que aparecessem. Eles estão fazendo um ato para concorrer com o presidente da República”, afirmou Vigilante.


 


Em São Paulo, as festas de posse e transmissão de cargo no governo estadual eram marcadas tradicionalmente marcadas para o período da manhã. Mas o eleito José Serra decidiu mudar , embora negue que pretenda rivalizar com o petista.



 
“Não marquei por causa do que o Lula marcou. Marquei porque dia 1º à tarde é o mínimo que se pode fazer. De manhã, não vem ninguém”, disse.


 


Lula queria receber a maioria dos governadores para reforçar a idéia do governo de coalizão que adotará no segundo mandato. Pelo menos dez partidos já aderiram à composição política arquitetada pelo presidente e repartirão o poder com o PT.


 


Mas, dos 27 governadores eleitos, somente oito deverão comparecer à posse de Lula — em 2003, foram 11. Até mesmo governadores do PT, partido do presidente, receberão o cargo à tarde e não irão a Brasília, casos de Marcelo Déda (SE) e Ana Júlia Carepa (PA).


 


Os oito que, por intermédio das assessorias, confirmaram por telefone ao G1 que estarão presentes no Palácio do Planalto são os governadores eleitos de Tocantins (Marcelo Miranda, do PMDB), Piauí (Wellington Dias, do PT), Paraná (Roberto Requião, do PMDB), Acre (Binho Marques,do PT), Bahia (Jaques Wagner, do PT), Ceará (Cid Gomes, do PSB), Goiás (Alcides Rodrigues, do PP) e Rio de Janeiro (Sérgio Cabral, do PMDB).


 


Todos marcaram as posses para o período da manhã, a fim de poderem viajar para Brasília e prestigiar a posse do presidente. No Acre, a transmissão de cargo deve acontecer na madrugada de 1º de janeiro.


 


Festividade modesta


 



A festa de posse de Lula em 2007 será bem mais modesta que a de 2003. Na ocasião, o publicitário Duda Mendonça montou um grande palco na Esplanada dos Ministérios, com telões e show de luzes e fogos. Os gastos somaram cerca de R$ 2,5 milhões. Agora, a despesa estimada é de R$ 1 milhão. Não haverá queima de fogos, e os artistas que se apresentarão não receberão cachê — somente passagens e estadia. Também não haverá presença de chefes de Estado — os convites foram feitos ao corpo diplomático dos governos estrangeiros.



 
Do lado de fora do Palácio, o PT estima reunir cerca de 40 mil pessoas, num afesta que pretende ser simples mas politicamente forte.


 


Fonte: G1