Morre uma das Mães da Praça de Maio

Nelva Falcone, uma das primeiras integrantes do grupo argentino Mães da Praça de Maio, morreu no domingo (24/12) vítima de um problema pulmonar, aos 76 anos.

Nelva organizou em sua casa as primeiras reuniões das Mães da Praça de Maio, na cidade de La Plata, a partir do desaparecimento de sua filha Maria Claudia, seqüestrada junto a outros sete estudantes em setembro de 1976. Destas reuniões nasceu o grupo, em 30 de março de 1977.


 


O caso dos jovens de entre 14 e 16 anos seqüestrados por forças militares durante a última ditadura (1976-1983) em represália por sua luta a favor do passe estudantil no transporte público é conhecido como “A noite dos lápis”.


 


Ela também participou da Assembléia Permanente pelos Direitos Humanos. No último dia 16 de setembro, na lembrança de 30 anos do incidente, Nelva participou de um ato em lembrança dos estudantes, dos quais seis permanecem desaparecidos.


 


Depois de permanecer dez dias internada num hospital por uma infecção pulmonar, Nelva morreu na madrugada de domingo.


 


A pedido da própria Nelva, seus restos foram incinerados e serão espalhados nos próximos dias na Praça San Martín, em La Plata, ou na Praça de Maio de Buenos Aires — locais onde protestou por sua filha e os desaparecidos durante a ditadura.


 


Assim como seu marido, o ex-prefeito de La Plata Jorge Falcone, Nelva foi seqüestrada e torturada pelos militares duas vezes.