Aldo descarta qualquer tipo de prévia com Chinaglia

O candidato à reeleição à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), afirmou nesta quinta-feira (4/1) não concordar com uma votação prévia na base aliada para definir uma candidatura única na disputa. ''O esforço pela unidade é um desafio para toda

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, praticamente descartou hoje a possibilidade de participar de uma prévia na base aliada com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a escolha de um candidato único da base para a eleição da Presidência da Casa. Para ele, a escolha do candidato deveria incluir também a oposição.



Aldo vinculou a eleição do presidente à construção de uma pauta ampla que represente os interesses da sociedade e do governo. “Vai exigir diálogo permanente entre a base e a oposição. Não podemos excluir a base da construção dessa agenda nem excluir a oposição, porque isso criaria um ambiente desfavorável para uma agenda que represente os interesses do País.”



Ao se encontrar ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Aldo descreveu os apoios recebidos na Casa à sua candidatura e as conversas que mantém com lideranças partidárias e com governadores de todos os partidos.



Sobre a possibilidade de haver outros candidatos à Presidência da Câmara, Aldo falou que a eleição é livre e que qualquer candidato vai ter de buscar a unidade para chegar ao cargo. Sobre a proporcionalidade de representação dos partidos na composição da Mesa Diretora, ele lembrou que o Regimento Interno assegura a legitimidade de qualquer um dos 513 deputados para se candidatar à Presidência.



Escolha do ministério

 

 

Questionado sobre a possibilidade de desistir da candidatura se for chamado para ser ministro no Governo Lula, Aldo afirmou que a disputa pela Presidência da Câmara ocorre em um Poder independente. Assim, destacou que a eleição da Mesa não pode ser misturada com a escolha do ministério.



Aldo informou que, na semana que vem, enviará uma carta aos deputados afirmando seus compromissos de candidatura em relação à democracia, à pluralidade da Casa, ao respeito aos partidos e à harmonia entre os Poderes.

 

 

Candidatura avulsa

 

 

Enquanto Aldo Rebelo e Arlindo Chinaglia costuram acordos com as bancadas, um grupo de deputados que costumam atuar à revelia da orientação de seus partidos, começa a discutir, mesmo com chances pequenas de vitória, a possibilidade de lançar uma candidatura alternativa.

 

 

Deputados do PV, PPS, PSDB e a deputada Luiza Erundina, do PSB, cogitam lançar candidato em duas hipóteses: se Aldo e Chinaglia chegarem a um acordo em torno de uma candidatura única ou se os dois decidirem disputar o cargo dentro do plenário no dia da eleição, marcada para primeiro de fevereiro.

 

 

Na primeira hipótese, numa briga que seria contra apenas um candidato da base aliada, esse grupo de deputados acha que pode lançar um nome capaz de disputar para valer a eleição. Já na segunda probabilidade, com Aldo e Chinaglia na disputa, esses parlamentares pensam em lançar somente um “anti-candidato”, em forma de protesto por conta das dificuldades em obter maioria para derrotar o candidato da base aliada ao governo.

 

 

Para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos articuladores desse movimento, é importante que haja um nome alternativo mesmo que seja para perder. “Esse núcleo em torno de Aldo e Chinaglia não satisfaz”, afirmou Gabeira, ao descartar a possibilidade de ser o candidato para concorrer e vencer a eleição na Câmara.

 

 

“Precisa ser um candidato capaz de angariar votos. Eu, depois da CPI dos Sanguessugas, não sou a pessoa ideal para isso. Não sou muito querido”, disse, reconhecendo a pouca simpatia que angariou nos últimos tempos quando passou a dedicar a maior parte de suas ações a criticar e ofender colegas de parlamento.

Gabeira admite, porém, que poderia assumir o papel de “anti-candidato” se Aldo e Chinaglia forem a plenário.

 

 

“Posso ser anti-candidato só para brigar e apresentar um programa e mostrar a lacuna que essas candidaturas deixam. Mas não seria para vencer”, afirmou. Uma reunião está marcada para a próxima segunda-feira (8) para discutir o assunto.

 

 

Fontes: Agência Câmara e G1