Escolas terão 'máquina' de camisinha projetada por estudantes

As camisinhas, antes distribuídas em postos de saúde, estarão acessíveis aos adolescentes nas escolas em máquinas (semelhantes às de refrigerante e salgadinhos) projetadas por estudantes. Essa é a idéia de um projeto dos ministérios da Educação e da Saúde para levar preservativos ao ambiente escolar e reforçar as campanhas de prevenção à Aids e demais doenças sexualmente transmissíveis.

Já foi lançado um concurso nacional voltado para os centros federais de educação tecnológica, os Cefets. Cada centro pode inscrever várias equipes, compostas por pelo menos um professor e cinco estudantes, que elaborarão um projeto pedagógico e uma máquina, semelhante às de refrigerantes, da qual os alunos retirarão os preservativos. Segundo assessoria de imprensa da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), ainda não há nada definido.  As propostas elaboradas pelos Cefets definirão em quais escolas os preservativos estarão disponíveis e se serão gratuitos. O projeto vencedor receberá um prêmio de R$ 50 mil. O protótipo desenvolvido a partir do concurso deve ser implantado em 2008. Os Cefets têm até 16 de março para fazer a inscrição no site do prêmio.

De acordo com a coordenadora-geral da Secad, Rosiléa Wille, a intenção é associar a tecnologia do aparelho a uma tecnologia social capaz de desenvolver uma cultura de saúde e prevenção para esses jovens. O projeto vencedor receberá o Prêmio de Inovação Tecnológica em Prevenção de DST, HIV e Aids.  “Não é o projeto de uma máquina, mas o desenvolvimento de uma consciência e de uma responsabilidade sobre a sexualidade”, afirmou. A ampliação do debate sobre educação sexual nas escolas também faz parte do projeto Saúde e Prevenção nas Escolas. Hoje, grande parte dos jovens ainda tem vergonha de ir ao posto de saúde ou à farmácia para comprar a camisinha.

“A proposta foi apresentada na Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, em novembro passado, e a recepção foi muito boa por parte do público em geral”, afirmou a coordenadora de políticas de educação profissional e tecnológica do MEC, Caetana Rezende da Silva. Segundo ela, qualquer dúvida relacionada ao programa deve ser esclarecida pelo projeto pedagógico.

Fonte: G1