CSC declara todo apoio à revolução bolivariana

Em nota emitida nesta quinta-feira (11), a Corrente Sindical Classista corrobora a revolução bolivariana e as declarações do presidente Hugo Chávez sobre a constituição de uma nação socialista nos moldes do século 21. Para a CSC, “a classe trabalhadora br

A revolução bolivariana da Venezuela deu mais um passo na direção do objetivo estratégico definido pelo seu principal líder, Hugo Chávez: o socialismo do século 21. Ao assumir um novo mandato presidencial, depois de uma reeleição consagradora, na qual conquistou 63% dos votos, Chávez reafirmou seu compromisso com a construção de um novo sistema social e ressaltou que para concretizá-lo reformas corajosas e radicais terão de ser implementadas.


“Pátria, socialismo ou morte, eu juro”, proclamou o presidente durante a posse, ocorrida na última quarta-feira (10/1), repetindo o lema da revolução cubana e acrescentando não ter a menor dúvida de que o socialismo “é o único caminho para a redenção do nosso povo e a salvação da Pátria-mãe”, assim como para o bem-estar social não só na Venezuela como “em todo o mundo”.


Luta de classes


Chávez enfatizou que a Constituição e a legislação ordinária deverão sofrer alterações para se adaptar ao novo objetivo. Anunciou a nacionalização de empresas que foram privatizadas durante os governos neoliberais dos anos 1990, bem como de outras que, embora privadas em sua origem, exploram setores estratégicos para a economia e a segurança nacional. Revelou ainda a intenção de acabar com a autonomia do Banco Central.


Tudo isto vem despertando um forte coro reacionário da burguesia neoliberal em todo o mundo, capitaneado pelos imperialistas estadunidenses, cujos interesses estão na contramão das nacionalizações. O nervosismo e a especulação deram o tom dos negócios na bolsa de valores, que registrou forte queda na terça-feira (9-1), embora voltasse a se recuperar nos dias seguintes. “A bolsa de Caracas pode cair, o que não cai é a economia venezuelana, mais pujante que nunca”, afirmou o presidente, cujo país exibiu a maior taxa de crescimento no continente americano em 2006: 10,2%.


A classe trabalhadora brasileira deve apoiar com entusiasmo as iniciativas adotadas pelo presidente Chávez com o objetivo de acrescentar ao conteúdo eminentemente nacional e antiimperialista da revolução bolivariana um caráter socialista. É necessário analisar os acontecimentos no país vizinho à luz de um pensamento e de uma perspectiva classista e compreender que, subjacente ao drama político em curso, ali se desenvolve uma acirrada luta de classes, que no fundo tem por força motriz e traduz as contradições antagônicas (e atuais) entre capital e trabalho, muito embora a mídia burguesa procure distorcer a realidade, apresentando os fatos em questão como expressão da luta entre autoritarismo e democracia, de forma a criar e difundir uma falsa consciência da história. As forças e personalidades revolucionárias e progressistas não devem se deixar enganar.


Quem se opõe a Chávez e à revolução bolivariana é o capital imperialista, liderado pelas multinacionais e o governo dos EUA, em aliança com a grande burguesia venezuelana. Ao lado do presidente estão homens e mulheres despojados de propriedade, que compõem a classe trabalhadora e a maioria do povo. Setores intermediários da sociedade, integrantes da chamada classe média, estão divididos, mas a última eleição evidenciou que a revolução conta com a simpatia e o apoio de quase dois terços da população.


A revolução boliviariana liderada por Hugo Chávez é, hoje, a resposta mais radical e conseqüente ao projeto neoliberal imposto pelo imperialismo e à ideologia dominante. Seu sucesso poderá influenciar fortemente os rumos da luta da classe trabalhadora contra o capitalismo neoliberal no Brasil e em todo o mundo.
São Paulo, 11 de Janeiro de 2006




Corrente Sindical Classista