Falta de mulheres na China pode desestabilizar o país, dizem pesquisadores

A China terá, até 2020, 300 milhões de homens a mais que mulheres, disse a mídia estatal na quinta-feira, 11, advertindo que o desequilíbrio, somado ao envelhecimento da população e ao rápido processo de urbanização, poderia representar um fator de ins

O país registra o nascimento de cerca de 119 meninos para cada cem meninas, um desequilíbrio que aumentou desde a introdução da política de um filho por casal, mais de 25 anos atrás, com o objetivo de limitar o crescimento populacional – a restrição que acabou incentivando a tradicional preferência por filhos do sexo masculino.


 


“A confusão resultante disso na ordem social se tornará um grave problema capaz de abalar a estabilidade social”, disse a agência de notícias Xinhua, referindo-se ao desequilíbrio entre as populações masculina e feminina. A agência citou, na matéria, um relatório demográfico sobre o país.


 


Pesquisadores advertiram que grandes desequilíbrios do tipo podem provocar instabilidade porque um número cada vez maior de homens não consegue se casar, aumentando as chances de acontecerem comportamentos anti-sociais e violentos.


 


De outro lado, o envelhecimento rápido da população chinesa poderia sobrecarregar os serviços sociais e o sistema de bem-estar social, prejudicando as relações entre as diferentes gerações e a harmonia no país, disse o relatório.


 


A somatória de uma população cada vez mais idosa com as famílias que têm apenas um filho significa que uma única criança depara-se com o prospecto de cuidar de dois pais e quatro avós, o que, na ausência de um sistema previdenciário amplo, significaria um grande fardo financeiro.


 


Na China mora mais da metade da população idosa da Ásia. E até 2020, o número de chineses com mais de 60 anos chegará à casa dos 234 milhões, disse o relatório.


 


As alterações demográficas também se refletem na força de trabalho da China, onde a grande oferta de mão-de-obra barata é uma das vantagens competitivas mais importantes.


 


Mas, segundo o relatório, o tamanho da força de trabalho chegaria a seu pico em 2016 e “as carências estruturais de mão-de-obra” continuariam a se verificar.


 


Fonte: Agência Estado