Para Aldo, eleição de Chinaglia daria poder demais ao PT

O presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse nesta sexta-feira (12/1) que a vitória de seu adversário na disputa, o petista Arlindo Chinaglia (SP), representará uma superconcentração de poderes nas mãos do PT.

Ao final de uma semana em que as bancadas do PMDB e do PSDB declararam apoio a Chinaglia, Aldo Rebelo, que tem ao seu lado o PSB, o PCdoB e o PFL, subiu o tom e mandou um recado direto para os aliados do Planalto e para os tucanos.



“O que pergunto aos aliados é se devemos dar ainda mais poder ao PT”, disse Rebelo a jornalistas, em seu gabinete na presidência da Câmara.



“Me pergunto também se, para o equilíbrio da Câmara e das forças políticas do país, o PSDB acha que dar mais força ainda ao PT é o caminho”, acrescentou.



Apesar das críticas, ele ressaltou que foi e é aliado do PT, mas considera que não é positivo, “para a democracia e para a coalizão”, que um só partido concentre as presidências da República e da Câmara.



Questionamentos
Aldo Rebelo argumenta que recebeu o apoio do PFL, também de oposição, “de forma institucional”, sem fazer acordos. A adesão do PSDB a Chinaglia, segundo Rebelo, teria sido trocada pelo apoio do PT à eleição de tucanos para o comando das Assembléias Legislativas de São Paulo e Bahia.



Ele alinhou seu discurso ao dos dissidentes do PSDB, inconformados com a decisão do líder tucano Jutahy Junior (BA), de apoiar Chinaglia. Os dissidentes, identificados com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dizem que o acordo descaracteriza o PSDB como oposição ao governo petista.



“A posição adotada pelo líder do PSDB não guarda coerência com a trajetória do partido nos últimos quatro anos, a não ser que a oposição do PSDB nesse período tenha sido arquivada em favor das políticas regionais”, disse Rebelo. “E o PSDB ainda dá mais poder ao PT?”, cobrou em seguida.



O presidente da Câmara disse ainda que o acordo PT-PSDB seria incompatível com a discussão da reforma política na próxima legislatura. “Como vamos tratar de reforma política se os acordos realizados não guardam relação com os projetos de poder e se subordinam a conveniências locais?”, questionou.