Camponeses voltam a pedir renúncia de governador boliviano

Milhares de camponeses produtores de coca voltaram a ocupar neste sábado (13/1) a principal praça da cidade de Cochabamba, na Bolívia, para pedir a renúncia do governador distrital Manfred Reyes Villa, enquanto as conversas para uma solução negociada para

Os cocaleiros voltaram à praça 14 de Setembro, em Cochabamba, apesar da presença de agentes da polícia e do Exército, que haviam retomado o controle do lugar após a retirada dos camponeses na sexta-feira à tarde.



O secretário de Atas da Federação de Cocaleiros do Trópico, Asterio Romero, disse que os sindicatos de Chapare decidiram realizar uma manifestação pacífica para reafirmar sua decisão de exigir a saída do governador Reyes Villa, questionado desde que propôs a realização de um novo referendo sobre autonomia na região.



“Não sairemos de Cochabamba até conseguir a renúncia do governador”, indicou o dirigente, minutos antes do início da nova manifestação, que foi acompanhada por membros da Polícia Sindical.



“Não viemos quebrar edifícios nem agredir jornalistas”, disse Romero, ao afirmar que não são os camponeses que estão realizando este tipo de ação violenta na cidade.



Problema bem definido
O dirigente disse que ainda não há nenhuma reunião marcada com o governador para resolver a crise, e afirmou que a oferta da Igreja Católica para mediar o conflito não é pertinente, pois “o problema é com o governador Reyes Villa”, e não com os demais governadores que o apóiam.



De Santa Cruz, onde está reunido com seus colegas de Beni, Tarija, Pando e Santa Cruz, o governador regional voltou a questionar a postura do presidente Evo Morales, a quem culpou pela mobilização e pelas duas mortes e duas centenas de feridos da quinta-feira.



“Morales está dividindo o país; está incitando a atitude hostil. Ele também é presidente da Federação de Cocaleiros”, disse a autoridade departamental.



No entanto, Reyes aceitou a proposta do governante para aprovar uma lei que retira o mandato de autoridades que forem corruptas, que violarem os direitos humanos e que não cumprirem suas promessas eleitorais.



“Todos os governadores regionais estão decididos a se submeter ao referendo revogatório, como pede o presidente”, afirmou, ao ratificar sua disposição de discutir o conflito com o governo nacional.



Entretanto, os mediadores ainda não conseguiram reunir as partes que brigam pelo poder nesta região central do país, devido à intransigência das posições de ambos, segundo informou hoje o Defensor Público Waldo Albarracín.



Da redação, com agências