Alta no preço da tortilla gera série de protestos no México

De um lado, grandes produtores agrícolas. Do outro, a população mexicana, revoltada. No centro, o governo, sem saber ao certo como agir para conter uma crise que tomou proporções inesperadas, graças ao aumento abusivo do preço do milho, ingrediente que é

O preço médio habitual do quilo da tortilla no México gira em torno dos cinco pesos. Nos primeiros dias de janeiro, esse valor dobrou. Industriais e produtores de milho dizem que a safra não foi boa e que o governo não ajudou o setor. Por sua vez, o governo, diante do aumento, anunciou que importará 650 mil toneladas de milho, para garantir o consumo da população até que a situação se resolva.



Pequenos agricultores e diversos movimentos sociais mexicanos dão outra versão para o aumento. Segundo eles, o novo preço se deve à alta do produto no mercado internacional, graças ao uso da semente do milho para a produção de biocombustíveis, especialmente o etanol.



Diante disso, a oposição ao governo de Felipe Calderón exige que os pequenos produtores recebem subsídios para garantir que o preço das tortillas volte a seu valor habitual e não comprometa a alimentação básica dos mexicanos.



A tortilla não é somente base da alimentação popular, mas serve também para preparar uma série de pratos saborosos e econômicos da cozinha mexicana: os clássicos tacos dourados, as enchiladas em todas as suas variedades, a tortilla cortada ou em pedaços que é colocada em caldos de tomate ou de feijão para finalizar saborosas sopas.



As tortillas douradas em manteiga ou azeite (tostadas) são a base para muitas saladas e carnes preparadas de diferentes maneiras; a tortilla fria molhada com caldo de chile e depois ligeiramente frita ou refogada, é colocada em cima de uma outra até formar um bolo – em algumas regiões da república mexicana esse guisado é empanado com ovo. Todos estes pratos são apenas uma mostra da infinidade de formas que os mexicanos consomem a tortilla.



Da redação, com agências