Vítima de AVC, ex-jogador assumidamente gay morre aos 30
O ex-jogador de vôlei Luiz Cláudio Alves da Silva, o Lilico, de 30 anos, morreu no último dia 13, em decorrência do AVC (acidente vascular cerebral) que sofreu no ano passado. Ele havia sido internado na UTI da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, no
Publicado 18/01/2007 21:15
Nascido em Niterói (RJ) no ano de 1976, Lilico foi o primeiro atleta brasileiro que assumiu ser homossexual. Em 1999, à época da convocação para as Olimpíadas de Sydney, chegou a afirmar que o preconceito contra sua opção sexual teria lhe tirado a chance de defender a seleção. Embora estivesse no auge da carreira, o atleta não foi convocado pelo então técnico Radamés Lattari.
Em sucessivas entrevistas, Lilico repetia: “Sou gay, mas jogo como um homem”. A pedido de sua família, seus órgãos foram doados – e seu corpo, cremado. “É uma forma de sabermos que estamos ajudando pessoas que precisam”, afirmou o pai do ex-jogador, Aloísio Francisco da Silva.
No próximo sábado, às 15 horas, será realizada a missa de sétimo dia na Igreja São Luiz, em São Paulo. A mãe de Lilico, Maria Rodrigues Alves, pediu a seu outro filho, Luiz Fernando Alves da Silva, e a Jorge Pablo Parodi, namorado de Lilico, que joguem as cinzas do ex-atleta no Parque do Ibirapuera, onde o mesmo adorava jogar vôlei nos finais de semana.
Carreira vitoriosa
Avesso a usar relógio, Lilico ganhou o apelido do desenho do Tiny Toons, (produção de Steven Spielberg que transformou em crianças personagens de Hanna e Barbera). Em sua última passagem por clubes, defendeu a Ulbra, do Rio Grande do Sul, na temporada 04/05 da Superliga masculina de vôlei.
O jogador foi campeão brasileiro de seleções juvenil em 94; bicampeão da Copa Sudeste (94 pelo Banespa e 01 pelo Palmeiras); campeão da Copa Brasil em 94, pelo Banespa; vice-campeão mundial juvenil em 95; campeão do Challenger Brasil 01, pelo Palmeiras; campeão Paulista 2000/01 com o Suzano; campeão gaúcho de 02, campeão da Superliga 2002/03 e Campeão do Grand Prix 2002/03, os três com a Ulbra.
Lilico deixou as quadras, passou a estudar jornalismo e tinha planos de trabalhar na TV. Um dos pontos fortes do jogador, de 1,99 m era seu saque, que chegava a 100 km/h. Seu ataque tinha alcance de 3,55 m. A CBV prestará a última homenagem ao ex-jogador no próximo sábado, antes da partida entre Bento Vôlei e Telemig Celular/Minas, em Bento Gonçalves (RS).
Da Redação, com UOL