Brasil e Venezuela formalizam construção do Gasoduto do Sul

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e Venezuela, Hugo Chávez, assinaram nesta quinta-feira (18/1), no Rio de Janeiro, uma declaração sobre a primeira etapa do Gasoduto do Sul, entre a região venezuelana de Güira e Recife.

A declaração é o primeiro documento concreto sobre a viabilidade do futuro Gasoduto do Sul, uma estrutura de dez mil quilômetros para transportar 150 milhões de metros cúbicos de gás venezuelano por dia do mar Caribe até Argentina, Uruguai e Paraguai, através do Brasil, cujo custo foi estimado em US$ 23 bilhões.



O primeiro lance, cujos estudos de engenharia serão realizados este ano, terá uma extensão de cerca de 5 mil quilômetros e capacidade para transportar 50 milhões de metros cúbicos de gás, e unirá os campos gasíferos venezuelanos de Mariscal Sucre e a refinaria que a Petrobras e a venezuelana PDVSA construirão nos arredores de Recife.



A refinaria, que será construída no Porto de Suape (a cerca de 40 quilômetros de Recife), terá uma capacidade para processar 200 mil barris diários de petróleo, e começará a operar no segundo semestre de 2011, segundo os planos de ambos países.



“A etapa inicial será concluída em Porto do Suape, mas o gasoduto terá ramificações até todas as capitais do norte e do Nordeste do Brasil”, afirmou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em entrevista coletiva.



“A declaração indica que já há uma definição importante em torno da viabilidade econômica do projeto e das reservas comprovadas de gás”, acrescentou o ministro venezuelano de Energia e presidente da PDVSA, Rafael Ramírez.



Data marcada
Porta-vozes disseram que, após todos os estudos, a obra terá início provavelmente em 2009, e com financiamento de ambos os países. “O gasoduto será alimentado inicialmente com a metade da produção do complexo gasífero de Mariscal Sucre, que Petrobras e PDVSA desenvolverão conjuntamente na Venezuela”, afirmou Gabrielli.



A exploração do campo de Mariscal Sucre foi um dos projetos incluídos no protocolo de intenções assinado nesta quinta-feira. As empresas calculam que poderão produzir inicialmente cerca de 34 milhões de metros cúbicos por dia no complexo.



A PDVSA terá cerca de 65% da participação no campo de Mariscal Sucre, ao tempo que a Petrobras ficará com os 35% restantes.



O acordo também prevê a exploração conjunta de cinco campos localizados no interior da Venezuela, e o desenvolvimento de uma usina para melhorar a qualidade do petróleo extra pesado.



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