Israel começa a soltar dinheiro retido dos palestinos

Israel transferiu na sexta-feira (19) para o presidente palestino, Mahmoud Abbas, US$ 100 milhões em impostos coletados nos territórios palestinos, segundo um funcionário do gabinete do premiê israelense, Ehud Olmert. O dinheiro faz parte dos US$ 660 milh

“Esta manhã transferimos US$ 100 milhões de dólares para uma conta da presidência palestina”, disse o assessor de Olmert. Ele especificou que o dinheiro seria para “propósitos humanitários e para fortalecer a guarda presidencial do presidente palestino, Mahmoud Abbas”.



Um assessor de Abbas, Saeb Erekat, disse que os recursos serão destinados a projetos humanitários e ao setor privado. Mas não fez nenhuma referência ao seu uso na segurança do presidente palestino.



A transferência tinha sido prometida no encontro entre Olmert e Abbas, em 23 de dezembro. Mas não será usada para pagar os funcionários públicos palestinos, que não recebem integralmente seus salários desde que o governo formado pelo Hamas tomou posse.



Fawzi Barhoum, um porta-voz do Hamas, criticou a decisão de não pagar os salários. “O perigoso no que aconteceu foi que, em primeiro lugar, passou por cima do governo legítimo palestino e do Ministério das Finanças, e em segundo lugar deu à ocupação o direito de determinar para onde o dinheiro deve ir”, disse ele.



“Não cabe a Israel determinar”



Os EUA têm pressionado Israel para que fortaleça Abbas, da Al Fatá, vista como mais moderada, em sua rivalidade com o Hamas e na construção de sua própria “força executiva”.



Israel coleta nos territórios palestinos cerca de US$ 50 milhões por mês. A retenção do dinheiro contribuiu para uma crise do governo palestino formado pelo Hamas.
Samir Abu Aishah, o ministro palestino das Finanças em exercício (do Hamas) comentou que o governo decidirá como o dinheiro será gasto. “Supõe-se que ele será usado de acordo com as prioridades palestinas. Não cabe a Israel determinar para onde ele vai”, comentou Aishah.



“Para nós não há problema em que o dinheiro chegue através do gabinete presidencial, mas ele tem que ser gasto nas áreas em que houver necessidade, de acordo com as nossas prioridades”, agregou.



Acordo deve encerrar a greve



Abbas tem estimulado o Hamas a concordar com um governo de coalizão que inclua a Al Fatá, esperando que assim se encerre o bloqueio internacional contra o governo palestino. Neste sábado (20) ele se dirige à Síria, para conversações com Khaled Meshaal, líder do Hamas no exílio, visando um entendimento.



Os funcionários públicos palestinos assinaram um acordo visando acabar no próximo fim de semana com a greve que reivindica os salários não pagos. Mas não está claro onde Abbas vai encontrar dinheiro para recomeçar os pagamentos.



Da redação, com agências