Ministros britânicos criticam aliança com Bush no Iraque

Enquanto o primeiro ministro britânico em fim de mandato, Tony Blair, recebe nesta quinta-feira (18) em Londres a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, vários membros do governo trabalhista arremeteram contra a agressão ao Iraque. A responsável

“Vejam, o serviço de inteligência estava errado e o deslocamento do exército também; devemos ter a humildade de admitir essas coisas e aprender com elas”, disse Hillary, segundo a versão digital do diário The Guardian. O governo britânico tem sido o principal parceiro dos Estados Unidos na invasão e ocupação do Iraque.



Já o ministro para Assuntos da Irlanda do Norte, Peter Hain, declarou ao jornal New Statesman que a política dos neoconservadores estadunidenses fracassou. “Fracassou não só em oferecer uma política internacional correta; mais do que isso, falhou em tudo que tentou”, destacou Hain. Ele agregou que por isso o neoconservadorismo “recebeu um pontapé” nas eleições parlamentares de novembro passado nos EUA. Ele comentou também que Londres teve que lidar com uma das administrações mais direitistas de que se tem memória na história dos EUA.



James Purnell, considerado um ministro em ascenção no Reino Unido, disse que a invasão anglo-americana do Iraque carceu de “legitimidade moral”. “Existem muitas lições que devemos aprender sobre o Iraque e é muito importante para nós reconhece-lo publicamente. Em termos de política externa, precisamos aprender com os erros cometidos”. declarou.



Para Purnell, a lição mais importante é que sempre se deve levar em conta a legitimidade moral e o apoio internacional. O comentário é uma clara alusão ao caráter unilateral da agressão ao Iraque.



A operação de guerra dos EUA e do Reino Unido contra o Iraque de Saddam Hussein, em março de 2003, não contou com o aval do Conselho de Segurança da ONU. Seguiu adiante mesmo assim, a pretexto de localizar armas de extermínio em massa.



A ministra de Assuntos Domésticos, Yvette Cooper, próxima do titular da Economia, Gordon Brown, e considerada como uma possível sucessora de Blair, opinou que o argumento da Guerra do Iraque era “equivocado”.



O The Guardian comenta que as manifestações abertas de crítica à ocupação constituem uma amostra do que pode acontecer com a renúncia antecipada do chefe do governo trabalhista. O jornal estima que, diferentemente de Blair, Brown poderia decidir uma investigação sobre os preparativos e a condução da ação de guerra no Iraque.