Para chanceler do Chile, Mercosul precisa de menos retórica

O Mercosul precisa de menos retórica e mais trabalho para conseguir colocar em prática a integração na região. A crítica foi feita nesta quinta-feira (18/1) pelo ministro das Relações Externas do Chile, Alexandro Foxley.

Segundo ele, as pessoas estão cansadas de ver os governos falarem em integração latino-americana e não ver os resultados concretos. “Somos uma comunidade de nações para propor projetos e assegurar que eles sejam cumpridos”, afirmou Foxley, que participa como convidado da reunião de Cúpula do Mercosul. O ministro do Chile é taxativo ao afirmar que a busca da integração no bloco passa por três áreas: o transporte, os projetos de energia elétrica e políticas sociais.



“Temos que sair das discussões teóricas e entrar em temas concretos, como o plano de integração física da América do Sul”, explicou. Hoje, esse plano tem mais de 70 projetos que estão sendo debatidos há oito anos.



Limitações
Foxley entende que o Mercosul tem de buscar a integração entre os oceanos Atlântico e Pacífico para se projetar com êxito no cenário internacional. “Isso pressupõe uma integração terrestre e oceânica”, disse. “Sem isso, ele está condenado à pobreza”, completou.



O Chile não faz parte do Mercosul e, segundo o chanceler, não tem intenção de entrar para o bloco econômico no futuro. O país atua apenas como membro associado e, por isso, não precisa seguir as decisões tomadas pelo Mercosul. “Existem problemas de compatibilidade de políticas comerciais”, explica.



O país adota uma taxa média de importação de 2% para todos os produtos, enquanto a taxa média na região é de 20%. “Somos mais abertos e não podemos nos fechar para entrar no Mercosul”, afirma.



Da redação, com agências