Chávez: ''Fidel está lutando por sua vida''

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira (19) que o presidente Fidel Castro, ''está lutando pela vida''. Chávez afirmou, ao ser condecorado no Rio de Janeiro, que ''Fidel Castro é um desses homens que nunca morrerá; como Che Guevara

''Não posso dar detalhes, porque não sou médico. Não sei quando Fidel morrerá, tomara que viva mais 80 anos'', disse Chávez ao receber a medalha Tiradentes, maior honraria do Rio de Janeiro, na Assembléia Legislativa do Estado. ''Fidel está de volta à Sierra Maestra, está lutando por sua vida'', completou o presidente venezuelano, amigo e admirador de Fidel. Nos anos 50 a Sierra Maestra, no sudeste da Ilha, foi o palco da guerrilha que levou à derrubada da ditadura de Fulgencio Batista e à vitória da Revolução Cubana.



''A máquina já tem 80 anos''



''Fidel não está a atravessar uma situação nada fácil. A sua recuperação é lenta porque, como ele disse, a máquina a reparar já tem 80 anos'', declarou Chávez, aludindo à idade do presidente cubano, que completou oito décadas em agosto passado.O governante venezuelano disse que falou por telefone com Fidel durante meia hora, há alguns dias.



Chávez lembrou que, quando fez seu programa radiofônico Alô Presidente em Cuba, ao lado de Fidel, o presidente cubano ''disse algo que para mim teve, tem e terá um significado muito grande: 'Chávez, a história nos absolverá'.'' A frase tornou-se célebre depois que foi usada por Fidel aos 27 anos, quando estava preso pela ditadura de Batista.



O presidente venezuelano explicou que Fidel então ''repetiu uma frase que ele disse quando eu nem mesmo era nascido'' (a defesa de Fidel na prisão, ''A história me absolverá'', é de 1953; Hugo Chávez nasceu no ano seguinte). Ele disse que respondeu ao revolucionário cubano: ''Não posso aceitar essa frase. Depois de cinqüenta anos de luta, você já foi absolvido pela história, eu não''.



''Pátria, socialismo ou morte''



O presidente venezuelano terminou seu discurso de mais de duas horas com as palavras-de-ordem ''Até a vitória, sempre'' e ''Pátria, socialismo ou morte''. A adesão de Chávez a um socialismo do século 21 fez com que recrudescessem ainda mais os ataques contra ele por parte da mídia conservadora, em especial nos EUA e na América Latina. Os ataques se repetiram esta semana, durante a participação de Chávez ao lado de outros nove presidentes sul-americanos, na cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro. A proposta de condecorar o governante bolivariano partiu da bancada do PDT na Assembléia Legislativa fluminense.



Fidel Castro licenciou-se por motivos de saúde, em 31 de julho passado, das suas funções como presidente de Cuba e secretário-geral do Partido Comunista, no poder desde a vitória da Revolução. As funções passaram a Raúl Castro, irmão de Fidel e como ele ex-guerrilheiro da Sierra Maestra. Quando foi divulgado o pedido de licenca, a ala direita dos exilados cubanos nos EUA saíu às ruas de Miami para comemorar a notícia.



Da redação, com agências