Venezuela: comunistas resistem a entrar no partido de Chávez

O Partido Comunista da Venezuela (PCV), o mais antigo do país, fundado em 1931, ''resiste'' a desaparecer fundindo-se no Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), sob a liderança do presidente da república, Hugo Chávez. O presidente do PCV, Jerónimo C

''O partido não vai fazer harakiri. Os partidos comunistas existem no mundo inteiro; são o sinal de um país comcerto nível de desenvolvimento'', disse Carrera, cuja organização política realizará um congresso nos dias 3 e 4 de março para decidir se se somará ao Psuv de Chávez ou seguirá o seu caminho.



Em qualquer hipótese, avaliou o dirigente, ''haverá alguns camaradas que colaborarão com o novo partido'' e ''outros que seguirão a tradição''.



Carrera reconheceu que o programa do partido de Chávez se assemelha muito ao do Partido Comunista, acordado em uma aliança formada em 1980. Mas destacou que ''sempre vamos necessitar de uma consciência crítica do progresso'', de autocrítica, de consequência no apoio ao novo partido e que em momento algum podem ocorrer ''desvios''.




Os outros partidos governistas da Venezuela expressaram a disposição de se dissolverem e incorporarem ao Psuv. O partido Pela Democracia Social (Podemos), porém, condicionou sua decisão a um congresso de fundação do Psuv que esclareça, ''em um debate de iguais'', como funcionará a nova sigla.



O Movimento Quinta República (MVR), de Chávez, é hoje o principal partido governista, com 4,7 milhões de votos sobre um total de 7,2 milhões, na recente votação que reelegeu o presidente.



Por seu lado, tanto o vice-presidente venezuelano, Jorge Rodríguez, como o Congresso Nacional refutaram as ''preocupações'' manifestadas pelos EUA sobre os poderes especiais que o presidente Chávez terá durante um ano e meio. Para eles, o que ''inquieta'' os EUA é que se exerça uma democracia com soberania. Ambos repudiaram a ''intervenção inaceitável nos assuntos internos de nossa nação''.



O presidente do prupo proprietário do canal privado venezuelano RTC-TV, Marcel Granier, insistiu que Chávez ''quer sufocar o pluralismo'', ao se recusar a renovar a concessão do canal. Granier negou as acusações governistas de ''manipulação midiática'' durante a intentona golpista contra o presidente, em abril de 2002.