Martinho da Vila abriu o Fórum Social Mundial em Nairóbi

O sambista Martinho da Vila foi a estrela da parte artística da abertura do 7º Fórum Social Mundial (FSM), neste sábado (20) em Nairobi, capital do Quênia. A música popular brasileira desempenha um papel internacional que acompanha de perto o futebol, com

Martinho abriu a sétima edição do evento nascido em Porto Alegre com um repertório engajado, em sintonia com o lema do FSM, “Lutas do povo, alternativas do povo”. Entre outras músicas, escolheu Sonho de um sonho, baseado num poema de Carlos Drummond de Andrade, Brasil Mulato e Kizomba, a Festa da Raça, enredo campeão do carnaval carioca de 1988. Além de composições africanas que ele conhece bem, pois até já gravou um disco só com faixas dos países africanos de língua portuguesa. Ao lado de Martinho, vários artistas africanos se apresentaram.



Conexão Brasil-África



O sambista da Vila Isabel é um dos divulgadores mundiais da música brasileira. Já se apresentou em palcos de vários países da América Latina, Europa, Estados Unidos e outros países da África. Mas esta foi a primeira vez que Martinho cantou no Quênia.
Seu show em Nairobi foi batizado de Conexão Brasil-África. O público multinacional e sobretudo panafricano ajudou, pois é especialmente em Angola, Moçambique, Cabo Verde e Guiné que as grandes figuras da música brasileira são tão conhecidas e cantadas como as estrelas locais.



Martinho, que tem 68 anos e é filiado ao PCdoB, cantou a crítica às  injustiças sociais e ao racismo.  “Quero mostrar nossas origens africanas através do samba e chamar atenção sobre o valor da confraternização dos povos. Vai ser um show divertido, mas para fazer pensar, com uma mensagem”, disse o sambista para o site da BBC Brasil, antes da apresentação.



Desde a primeira edição do FSM, em Porto Alegre, 2001, a cultura tem um papel de destaque no encontro anual dos ativistas de todo mundo que se reúnem sob o lema “Um outro mundo é possível”. Ao mesmo tempo, o evento em Nairobi, que prossegue até qunta-feira (25), inclu mais de mil seminários, workshops, testemunhos e discussões. As atividades estão concentradas no Moi International Sports Centre, a duas horas do centro de Nairobi.



Da redação, com agências