Acusado de estupro, presidente de Israel se licencia

O presidente israelense, Moshe Katsav, informou ao Parlamento nesta quarta-feira (24) que vai se afastar temporariamente de seu cargo. O afastamento segue-se a um escândalo em que Katsav é acusado de estupro e outros abusos sexuais. Ele vinha sofrendo pre

O episódio é um escândalo menor. No sistema político de Israel, o presidente da república é uma figura decorativa com mera função de representação estatal. É eleito indiretamente, pelo Knesset (Parlamento unicameral), com um mandato de sete anos.



O escândalo em torno dos excessõe sexuais de Katsav, porém, coincide com turbulências que ameaçam figuras políticas bem mais importantes. Uma semana atrás, demitiu-se o chefe do estado-Maior do Exército, general Dan Halutz. A principal figura da hierarquia militar de Israel não suportou os efeitos da derrota da invasão do Líbano em julho-agosto, para os guerrilheiros do Hezbolá, e a sucessão de denúncias que se seguiu.



O mesmo motivo ainda gera pressões pela derrubada do ministro da Defesa, Amir Peretz, e do próprio primeiro ministro Ehud Olmert, cuja taxa de aprovação caíu para apenas 14%. A queda do general Halutz tanto pode aplacar essas pressões como precipitá-las, em um efeito dominó. Mas a alternativa que se desenha no caso de uma crise de governo é ainda mais à direita, com as pesquisas apontando a volta do partido Likud, mais reacionário do que nunca sob o comando de Benjamin Netanyahu.



Da redação, com agências