Maratona por direitos marca encerramento do 7º Fórum Social

A sétima edição do Fórum Social Mundial chegou ao fim nesta quinta-feira (25/01). Corredores amadores e participantes participaram de uma maratona pelos direitos fundamentais. Fórum de Nairóbi teve 46 mil participantes inscritos. A maratona de lutas nã

O 7º Fórum Social Mundial (FSM) terminou nesta quinta-feira (25/01), no Quênia, com uma “maratona pelos direitos fundamentais”. A prova – que tinha caráter simbólico e não tinha 42 quilômetros de percurso – foi iniciada na favela de Korogosho, uma das maiores de Nairobi. O itinerário foi percorrido por corredores amadores e participantes do fórum – muitos dos quais preferiram apenas caminhar. A chegada foi no parque Uhuru, onde a cerimônia de encerramento do FSM foi realizada.


 


O vencedor foi Peter Baina, um corredor amador que vive na favela de Mucuru, também localizada em Nairobi. Mas a grande sensação do dia foi o supercampeão queniano Paul Tergat, bicampeão olímpico, pentacampeão da São Silvestre e atual recordista mundial da maratona. Ele não correu a prova, mas foi ao local da largada – a Saint John Church, uma igreja católica que fica dentro de Korogosho – e deu o primeiro passo para o início da maratona.


 


O Fórum Social Mundial de Nairobi – o primeiro realizado no continente africano – encerrou suas atividades com 46 mil participantes inscritos. Os números são mais baixos do que os de Caracas (53 mil), cidade que no ano passado dividiu o evento com Bamako, no Mali, e Karashi, no Paquistão – mas eles não dão conta da dimensão que o fórum teve ao incentivar a integração de movimentos sociais do continente com os do resto do mundo.


 


Foi um dos recados deixados pela queniana Wangari Maathai, prêmio Nobel da Paz em 2004 por “sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz. “Quando viemos a encontros como este e conhecemos pessoas de todos os lugares com os mesmos desafios, sentimos coragem para seguir em frente”, disse ela, ao participar da cerimônia de encerramento, acompanhada por milhares de pessoas no parque Uhuru.


 


Sem fórum em 2008
Também presente, a vice-ministra das Relações Exteriores da Itália, Patrizia Sentinelle, defendeu que os movimentos sociais pressionem os governos, inclusive o seu. “Temos de dizer a todos os governos do mundo que queremos políticas para a água, a defesa da terra e a comida, porque todos temos direitos”, disse ela.


 


Com o fim do Fórum do Quênia, recomeçam as rodadas de eventos regionais pelo mundo. Em 2008, não haverá um encontro centralizado – e a idéia é acumular forças localmente. Discute-se, por exemplo, realizar o Fórum Social Brasileiro nas datas do Fórum Econômico de Davos. Os movimentos sociais do mundo todo só voltam a se encontrar num evento único em 2009.