China supera EUA e vira principal fornecedor da UE

A China foi o principal fornecedor de produtos à União Européia (UE) em 2006, superando os Estados Unidos, anunciou neste domingo (25/01) o Ministério chinês do Comércio em sua página na Internet.

A China – que já tinha a UE como seu principal parceiro comercial desde 2005 – exportou para o bloco europeu produtos no valor de 140,9 bilhões de euros (US$ 182 bilhões). As estatísticas de Bruxelas apontam uma cifra ligeiramente menor, de 135,6 bilhões de euros (US$ 175 bilhões).


 


Em qualquer dos casos, as importações européias da China superam as provenientes dos Estados Unidos (131 bilhões de euros ou US$ 169 bilhões). No total, o comércio entre a China e a União Européia subiu para 210,9 bilhões de euros (US$ 272,3 bilhões) em 2006, ou seja, mais 25,3% do que em 2005.


 


Os dados mostram igualmente um aumento do déficit comercial da UE com a China. Enquanto as importações européias a partir do país asiático aumentaram 26,6%, as exportações cresceram apenas 22,7%.


 


Tecnologia
A UE, que acolheu 15,5% do comércio exterior chinês, consagrou-se como “o maior fornecedor de tecnologia para a China”, segundo a agência oficial noticiosa chinesa Xinhua.


 


As exportações de tecnologia da UE para a China em 2006 subiram para 6,7 bilhões de euros (US$ 8,6 bilhões), acima dos 4 bilhões de euros (US$ 5,1 bilhões) de importações chinesas do Japão e dos 3,2 bilhões (US$ 4,1 bilhões) das compras tecnológicas aos Estados Unidos.


 


O desequilíbrio comercial entre a China e a UE tem originado vários conflitos, especialmente em setores como o calçado ou o têxtil. No têxtil, Bruxelas e Pequim acordaram, em 2005, o estabelecimento de cotas à importação que puseram fim ao conflito institucional, apesar de persistirem as queixas dos produtores do Sul da Europa.


 


Por outro lado, a UE tem pedido a Pequim maior dureza contra a pirataria, que em setores como o audiovisual ou o de informática pode estar causando perdas astronômicas ao setor europeu.


 


Acusações americanas
Apesar de tudo, a relação comercial entre a UE e a China é menos conflituosa do que a que Pequim mantém com Washington. A administração Bush acusando com freqüência o regime chinês de manter artificialmente baixo o valor de sua moeda para beneficiar as suas exportações, exigindo uma revalorização da divisa chinesa.


 


Os Estados Unidos têm em preparação uma limitação às exportações de tecnologia norte-americana para a China, pois temem que esta seja usada com fins militares. As empresas norte-americanas receiam que esta situação beneficie precisamente os seus rivais europeus.