México: Povo volta a protestar contra governador de Oaxaca

Mais de dez mil membros da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) e professores dessa região do sul do México se manifestaram neste sábado (3/2) para exigir a libertação de seus presos políticos e a renúncia do governador do estado, Ulises Ruíz.

Entre maio e dezembro do ano passado, Oaxaca foi palco de um grave conflito político-social, o mais sangrento registrado no país em 2006, que deixou pelo menos 11 mortos.



Desde 25 de novembro, quando as forças da ordem prenderam dezenas de manifestantes, não ocorria uma manifestação tão grande na capital de Oaxaca. O estandarte principal da mobilização deste sábado foi a imagem do líder da APPO, Flavio Sosa, preso no dia 4 de dezembro.



A manifestação durou mais de três horas e contou com a participação de familiares dos 63 ativistas que permanecem detidos.



Também participaram parentes das pessoas que perderam a vida durante a onda de violência que paralisou a atividade turística de Oaxaca, um dos destinos mais conhecidos do México.



Nova resistência
Apesar de terem retornado ao trabalho há meses, os professores de Oaxaca voltaram a participar de uma ação reivindicativa ao lado da APPO, organização criada para apoiá-los no início da greve contra Ruiz há quase nove meses.



A manifestação partiu do acesso ao aeroporto internacional de Oaxaca e se dirigiu para o centro histórico da cidade. Jovens encapuzados encheram as paredes dos prédios com pichações contra Ulises Ruíz.



Para evitar que os manifestantes chegassem à praça principal da cidade, cerca de cinco mil policiais foram postados no centro de Oaxaca.



No fim da manifestação, a APPO convocou uma resistência andarilha e uma mobilização em massa para que a oposição “ocupe lugares no poder” nas próximas eleições.



O objetivo dos manifestantes é conseguir o controle entre os deputados como meio para tirar Ruíz do poder. A APPO e os professores anunciaram que continuarão com as mobilizações até conseguir a destituição do governador, acusado pelos manifestantes de “repressor” e “inepto”.