China explica por que decidiu enviar uma nave à Lua

A China pretende lançar este ano o ''Chang'e-1'', primeira nave espacial de um projeto de exploração da Lua, com a missão de voar ao redor do satélite da Terra. Já em 2010 lançará uma sonda que alunisará e explorará a Lua por meio de um módulo. A revelaçã

O cientista observou que todos os componentes usadas no projeto de exploração lunar serão desenvolvidas e produzidas na própria China, sem que nenhum provenha de outros países. Os principais sistemas do ''Chang'e-1'' já concluiram a fase de ajustes e funcionamento experimental. Ainda este mês, o dispositivo deixará a oficina, pronto para ser lançado.



O projeto chinês de exploração lunar compreende três passos, De 2004 a 2007, lançar um satélite na órbita da Lua. De 207 a 2012, realizar um pouso suave na superfície lunar, investigando-a com um robô e módulo de exploração. E de 2012 a 2017, efetuar uma alunisagem suave seguida de retorno do módulo lunar, trazendo amostras da superfície da Lua.



O projeto tem uma verba de 1,4 bilhão de yuans (US$ 175 milhões) em três anos. Ouyang Ziyuan considera a cifra razoável, já que os Estados Unidos gastaram US$ 25,6 bilhões no Projeto Apolo



Com tantos problemas econômicos, sociais e ambientais por resolver, tantas coisas para concertar na Terra, para que almejar a Lua? O cientista responde: ''Porque a exploração lunar reflete a força de conjunto de um país e tem grande significado, tanto para elevar o prestígio internacional da China como para fortalecer sua coesão nacional. Os recursos minerais, energéticos e ambientais da lua serão terrenos importantíssimos da disputa da humanidade. Se a China não se interessar, futuramente terá dificuldades para proteger seus direitos e interesses, não terá condições de opinar a respeito'', argumentou.



Afora o interesse puramente científico, a exploração lunar pode ajudar a resolver problemas concretos da humanidade, opina Ouyang. O satélite é rico em titânio, urânio, terras raras, fósforo e potássio. Possui também um inesgotável potencial energético, pois a luz do sol incide sobre sua superfície sem passar por nuvens. Esta energia solar irradiada é da ordem de 12 bilhões de quilowatts. Três centrais lunares de energia solar, construídas em paralelo, poderiam fornecer energia estável e abundante.



Além disso, o solo da Lua possui um isótopo chamado Hélio 3, raríssimo na Terra, que serviria como combustível eficiente, limpo, seguro e barato para gerar eletricidade. Apenas dez toneladas de Hélio 3 seriam capazes de cobrir toda a demanda de energia da China durante um ano.


 


Em 2003, a China se tornou o terceiro país do mundo (depois da União Soviética e dos Estados Unidos) a lançar um astronauta na órbita da Terra. O coronel do Exército Chinês Yang Liwei, de 38 anos, tornou-se um herói nacional depois da proeza.