Lula conversa com aliados para buscar pacificação da base
Em encontros reservados com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que vai aguardar a definição dos partidos aliados, que passam por processos de desgaste int
Publicado 08/02/2007 21:58
O encontro com Renan serviu para avaliar o humor no Senado em relação às medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e saber como está a disputa dentro do PMDB.
Com Aldo, Lula quis que o ex-presidente da Câmara fizesse uma avaliação sobre como ficou a base depois da disputa fratricida entre ele e Arlindo Chinaglia (PT-SP), que acabou vencedor.
Pleitada pelo atual deputado Michel Temer (SP), candidato à reeleição, e por Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a presidência do PMDB, cuja definição ocorrerá em março, é vista como chave no futuro do novo governo.
A reforma seguirá caminhos diferentes a depender do vitorioso, pelo fato de que Jobim tem apoio da maioria dos senadores e Temer, dos deputados.
Aldo afirmou que a fissura criada entre os partidos é irremediável. Mas tentou tranqüilizar o presidente ao dizer que o apoio ao seu governo independe do acerto com o PT. Lula teria lamentado o fato de um antigo aliado, como o PCdoB, ter um caminho diverso de seu partido.
A conclusão que o presidente tirou das duas conversas é que a indicação dos novos integrantes dos ministérios deverá esperar a eleição para a presidência do PMDB e a reaproximação do bloco formado por PSB, PCdoB, PDT com os partidos que elegeram Chinaglia.
Lula conversou com Aldo na noite de quarta-feira (7) e recebeu o deputado comunista no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (8). O presidente está sondando os aliados e poderia incluir Aldo, ex-ministro da Articulação Política, em uma nova pasta.
PT
Mas os problemas do presidente não vêm somente de dentro do PMDB e da ressaca na base aliada por conta da disputa pela presidência da Câmara.
O PT passa por um processo de disputa em relação aos rumos do partido. As diversas correntes trocam farpas diariamente entre si e com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
O partido pretende apresentar ao presidente Lula uma lista com os ministeriáveis e as pastas reivindicadas após o dia 26 de fevereiro, quando a Executiva vai se reunir.
Enquanto, os atritos continuarem, a reforma ministerial continua adiada. E como o presidente avalia que os técnicos que comandam as pastas estão “dando conta do recado”, a pressa para fazer as mudanças é cada vez menor.
Fonte: G1