EUA utilizaram bases aéreas espanholas para vôos ilegais
Os Estados Unidos utilizaram três bases militares espanholas entre janeiro de 2002 e novembro de 2005 para realizar oito vôos com destino à base militar de Guantânamo, onde estão detidas 400 pessoas acusadas pelos EUA de serem “terroristas”, afirma nesta
Publicado 12/02/2007 11:44
Sete aviões militares americanos realizaram escala de seus vôos para Guantânamo nas bases militares espanholas de uso conjunto de Rota e Morón de la Frontera (Andaluzia), Los Rodeos, em Tenerife (Ilhas Canárias), e de Torrejón de Ardoz (Madri), afirmou o jornal, baseado em informações registradas no tráfego aéreo de Portugal.
O vôo mais antigo data de janeiro de 2002, imediatamente depois da invasão do Afeganistão pelas tropas lideradas pelos EUA. O mais recente foi em novembro de 2005.
O El País afirma que nenhum desses vôos está registrado nos documentos do Centro Nacional de Inteligência (CNI, serviço de espionagem) que o governo espanhol revelou na sexta-feira passada, a pedido do juiz de instrução espanhol Ismael Moreno, que investiga os vôos ilegais realizados pela CIA no arquipélago entre janeiro de 2004 e janeiro de 2005.
Segundo um informe europeu, 68 vôos da CIA fizeram escala em diversos aeroportos da Espanha, entre eles Baleares, Canárias, Barcelona, Málaga, Sevilha, Valência, Alicante e Vigo.
O governo espanhol negou as acusações, alegando que “jamais tolerou, nem tolera, nem tolerará qualquer violação dos direitos humanos e fundamentais”.
O jornal admite que não se pode provar que nos aviões que viajaram entre as bases espanholas e Guantânamo haviam pessoas detidas, porque a Espanha não tem controle sobre a lista de passageiros.
Em 2002, o governo espanhol, dirigido então pelo direitista José María Aznar, decidiu amolecer as regras para o uso dessas bases militares pela aeronáutica dos Estados Unidos, segundo o jornal.