EUA utilizaram bases aéreas espanholas para vôos ilegais

Os Estados Unidos utilizaram três bases militares espanholas entre janeiro de 2002 e novembro de 2005 para realizar oito vôos com destino à base militar de Guantânamo, onde estão detidas 400 pessoas acusadas pelos EUA de serem “terroristas”, afirma nesta

Sete aviões militares americanos realizaram escala de seus vôos para Guantânamo nas bases militares espanholas de uso conjunto de Rota e Morón de la Frontera (Andaluzia), Los Rodeos, em Tenerife (Ilhas Canárias), e de Torrejón de Ardoz (Madri), afirmou o jornal, baseado em informações registradas no tráfego aéreo de Portugal.


 


O vôo mais antigo data de janeiro de 2002, imediatamente depois da invasão do Afeganistão pelas tropas lideradas pelos EUA. O mais recente foi em novembro de 2005.


 


O El País afirma que nenhum desses vôos está registrado nos documentos do Centro Nacional de Inteligência (CNI, serviço de espionagem) que o governo espanhol revelou na sexta-feira passada, a pedido do juiz de instrução espanhol Ismael Moreno, que investiga os vôos ilegais realizados pela  CIA no arquipélago entre janeiro de 2004 e janeiro de 2005.


 


Segundo um informe europeu, 68 vôos da CIA fizeram escala em diversos aeroportos da Espanha, entre eles Baleares, Canárias, Barcelona, Málaga, Sevilha, Valência, Alicante e Vigo.


 


O governo espanhol negou as acusações, alegando que “jamais tolerou, nem tolera, nem tolerará qualquer violação dos direitos humanos e fundamentais”.


 


O jornal admite que não se pode provar que nos aviões que viajaram entre as bases espanholas e Guantânamo haviam pessoas detidas, porque a Espanha não tem controle sobre a lista de passageiros.


 


Em 2002, o governo espanhol, dirigido então pelo direitista José María Aznar, decidiu amolecer as regras para o uso dessas bases militares pela aeronáutica dos Estados Unidos, segundo o jornal.