Temer sai de conversa com Lula dizendo que PMDB ampliará espaço

O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), saíu de seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (12) dizendo que a reforma ministerial sai em 20 dias. ''Haverá ampliação do espaço do PMDB, sem distinção de grupos no p

Temer garantiu que Lula vai ampliar o espaço do PMDB sem interferir na luta interna em curso. ''Ele busca um PMDB harmônico e não quer fazer distinções ou restrições'', afirmou. Disse também que ''o presidente quer o partido como um todo no governo''.



O partido tem Convenção Nacional marcada para 11 de março, para renovar sua direção, e deve haver disputa para o cargo de presidente. Temer é candidato à reeleição, mas encontra restrições por ser neogovernista: na eleição presidencial de outubro passado, ele apoiou o candidato Geraldo Alckmin (PSDB-PFL).



Seu concorrente mais cotado é o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, com apoio dos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP). Aliados de Lula desde o primeiro mandato, os dois já contam com aliados nas pastas das Comunicações e das Minas e Energia. Muitos analistas prevêem que a reforma ministerial só deve sair depois de 11 de março, quando o quadro peeemedebista ficará mais claro.



Segundo Temer, a legenda deve assumir cargos tanto nos ministérios como no segundo escalão, mas em nenhum momento Lula falou quais ministérios ou órgãos que poderão ser ocupados pelo partido. O peemedebista disse que Lula gastou boa parte da conversa para falar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O presidente teria demonstrado preocupação com o excesso de propostas de emendas apresentadas pelos parlamentares — nada menos de 719 — o que poderia desvirtuar a proposta do programa original.



Também participaram da audiência no Palácio do Planalto os novos líderes do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e no Senado, Valdir Raupp (RO). Com 90 deputados e 20 senadores, o PMDB tem as maiores bancadas de ambas as Casas do Congresso. O partido formou um bloco parlamentar na Câmara junto com o PT, PP, PR (ex-PL) e outras quatro siglas, somando 280 deputados, o bloco dos 280 permanece sem líder e há dúvidas sobre sua continuidade.



Da redação, com agências