UNE recebe apoio de parlamentares, presidente do PCdoB e vice do PSB

A manhã do dia 12 foi mais um dia importante para a UNE e os estudantes acampados no local da sede histórica da entidade. Eles receberam a visita do presidente nacional do PCdoB e do vice-presidente do PSB, Renato Rabelo e Roberto Amaral, respecti

O ato foi aberto pelo presidente da UNE, Gustavo Petta, que agradeceu o apoio recebido por diversos atores, políticos e da sociedade carioca. Para Renato Rabelo, que foi vice-presidente da UNE em 1966, “a UNE é carregada de um simbolismo político e cultural muito intenso. A UNE tem uma marca política progressista, ousada na história do nosso país. Ela sempre foi um termômetro político da luta nacional. A tradição dos estudantes no Brasil demonstra que vocês sempre puxaram lutas importantes pela defesa do Brasil, pela soberania, a campanha pelo Petróleo é Nosso e a reforma agrária”.


O presidente do PCdoB disse ainda que “essa sede é um símbolo, uma marca para o Rio e o Brasil. O CPC tinha suas bases. Eu entrei na universidade em 1963 e o teatro conduzido pela UNE nos enchia de orgulho. Era uma forma de concentração dos estudantes”. Rabelo também relembrou do papel da UNE durante da Ditadura: “mesmo clandestina a UNE sempre esteve presente. Os estudantes foram muito importantes na resistência. Eu considero que essa ocupação é um ato histórico, de grande significado político e cultural. Nós temos que reerguer a sede da UNE aqui. Esse lugar é testemunha de grandes lutas e será um resgate da nossa história”.


“A UNE concretiza nossos sonhos”




O deputado Edmilson Valentim (PCdoB) falou sobre sua passagem pelo movimento estudantil quando era operário e fazia o curso de engenharia, mais tarde eleito o constituinte mais novo da história do Brasil. “A UNE para mim é aquela entidade que concretiza os nossos sonhos de justiça, de igualdade e de liberdade, muito desses sonhos nós estamos buscando ainda e outros já conquistamos, como a redemocratização do país, o avanço na luta pelo ensino público e a democratização e o acesso à cultura”, definiu Edmilson.




Para a deputada Manuela D’ávila (PCdoB/RS) “voltar agora é uma das provas da capacidade dos estudantes do nosso país. Nessas décadas que passaram, a UNE e a UBES nunca deixaram de lutar pela democracia. Lutaram pelo fora Collor e elegeram o primeiro presidente operário do país. Quando a gente volta para casa traz de volta tudo o que aconteceu com a UNE nesses 70 anos de vida”.




Segundo o secretário nacional de Juventude, Beto Cury, essa causa [a volta para casa] não é apenas dos estudantes brasileiros é o reencontro do Brasil com a sua história e nós estamos solidários a essa causa. Para o deputado federal Reginaldo Lopes (PT/MG), “ao voltar para casa vocês estarão muito mais fortes para lutar por um país mais justo”.




Para o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, vice-presidente da UNE em 1961/62, “não foi estranho o fechamento da UNE pela ditadura, pois a entidade era o símbolo da luta pela democracia e pelo socialismo. Foi aqui que recebemos pela primeira vez um presidente da República”. “O processo da democracia brasileira só estará pronto quando conquistarmos a igualdade social e a UNE voltar para casa”, finalizou sob muitos aplausos.


O ato também contou com as presenças do deputado federal Filipi Pereira (PSC/RJ), da presidente do Conselho Nacional de Juventude, Regina Novaes, e outros conselheiros, do presidente da UJS, Marcelo Gavião, do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, Maurício Ramos, da presidente do PCdoB/RJ, Ana Rocha, e outros dirigentes comunistas.