Argentina rejeita críticas feitas pela OMC

O governo argentino respondeu com a reafirmação de sua política econômica ao relatório da Organização Mundial do Comércio divulgado na última segunda-feira. No relatório, a OMC adverte o governo argentino para a necessidade de aprofundar a prudência fisca

A resposta veio da ministra da Economia, Felisa Miceli nesta terça-feira (13/2). Ela disse que não mudará o rumo da economia, apesar das pressões, e que não pretende desproteger a indústria nacional e muito menos esfriar o ritmo de crescimento do país. “Vamos continuar nesse rumo, por mais pressões que recebamos, porque é o que nos permitiu sair da crise e vai possibilitar superar os desafios que temos.”



A ministra também defendeu os acordos de preços com as empresas, que têm sido o principal instrumento do governo Nestor Kirchner para controlar a inflação, mas que vêm sendo criticados tanto pela OMC quanto pelo Fundo Monetário Internacional. Miceli carregou na crítica aos organismos multilaterais, dizendo que nesses foros “se falam meias verdades, que na realidade são mentiras”. Segundo ela, “o mundo mantém subsídios nos países centrais que são tolerados pela OMC, quando na realidade isso põe em jogo a produção dos nossos países”.



Ela disse que a Argentina precisa se reindustrializar e que o governo não vai ceder às pressões dos países centrais para uma abertura que deixe a indústria local desprotegida. Miceli só concordou com a OMC quando a entidade alerta para a necessidade de elevar os investimentos produtivos no país para diminuir as pressões inflacionárias, mas discorda da receita tradicional proposta pela organização.