Chávez anuncia reforma monetária para tentar deter inflação

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira (15/2) uma reforma monetária para tentar deter a escalada inflacionária no país. O pacote inclui algumas medidas bem conhecidas dos brasileiros, como o corte de zeros da moeda.

Chávez também anunciou a redução do Imposto ao Valor Agregado e a iminente aprovação, por decreto presidencial, de uma lei contra “a especulação”, prevendo o confisco de meios produtivos e a inabilitação comercial.



A inflação venezuelana fechou 2006 em 17%, cinco pontos acima da previsão oficial, e a alta de 2% em janeiro disparou o alarme. O Executivo traçou a meta inflacionária de 12% para este ano.



“O bolívar vai recuperar todo o terreno perdido diante do dólar, do euro e todas as moedas do mundo”, afirmou Chávez em seu programa “Alô Presidente”. O governante explicou que a redução de cinco pontos do Imposto ao Valor Agregado, atualmente de 14%, será em duas fases.



A taxa do imposto “vai baixar três pontos percentuais a partir de 1º de março” e mais “dois pontos percentuais a partir de 1º de julho”, disse o governante. Ele previu que a medida fará cair em “três pontos” a expectativa de inflação deste ano.



Um dígito
Chávez afirmou que a reforma monetária foi coordenada com o Banco Central da Venezuela e que seu objetivo principal é “reduzir a inflação a um dígito anual”.



O cronograma inicial estabeleceu que durante o primeiro trimestre deste ano serão concluídos “os estudos da reforma monetária”. “No “segundo semestre deverá ser aprovada a lei que regerá a mudança”, disse o presidente.



“Cumprindo o cronograma, estaremos prontos para começar as primeiras semanas de 2008 com o bolívar forte”, previu Chávez.



Sobre a “drástica” redução do IVA, Chávez explicou que ela exigirá uma “renúncia fiscal de 7 a 8 trilhões de bolívares (US$ 3,225 a 3,72 bilhões) anuais”.



“Fazemos o sacrifico em benefício dos setores de menor renda de todo o país. Todos querem derrotar a inflação”, afirmou. O presidente acrescentou ainda que seu governo procura a eliminação progressiva do IVA e a criação de novos tributos, entre eles um sobre o patrimônio, assim como a otimização da arrecadação do Imposto de Renda.