Equador sediará protesto mundial contra bases estrangeiras

''Será um protesto mundial com perto de 2 mil representantes da Ásia, Europa. África e América'', adiantou Miguel Morán, líder do Movimento Antiimperialista, de Manta, cidade litorânea na província de Manabí, onde se localiza uma base militar dos Estados Unidos.

Segundo Morán, a Conferência se realizará em QAuito e Manta. Outros participantes serão a japonesa Natsume Taira, da Rede de Cidadãos pela Paz, a indígena equatoriana Blanca Chancoso e Denis Doherty, coordenador da Coalizão Anti-Bases, da Austrália. Outro convidado é o recém-eleito presidente do Equador, Rafael Correa, que reiterou que não renovará o convênio com os EUA permitindo o uso da base de Manta, que expçira em 2009.

Organizações políticas e não-governamentais equatorianas realizaram na semana passada um encontro onde denunciaram o uso ilegal da base para operações logísticas ligadas à guerra antiguerrilhas na Colômbia. A reunião apontou que as forças norte-americanas fornecem ao governo Alvaro Uribe informação em tempo real sobre movimentos dos guerrilheiros colombianos.

Foi denunciado igualmente que os militares do Pentágono realizam em Manta operações de controle migratório, rastreando barcos com pessoas que tentam chegar aos EUA em busca do chamado sonho americano.

Essa atividade contraria o objetivo original da base, que foi instalada para combater o narcotrático e apresentada pelo governo equatoriano como uma oportunidade para desenvolver a cidade, gerando empregos e atraindo investiomentos. Hoje, longe disso, organizações de direitos humanos denunciam o aumento da p´rostituição e da violência na cidade portuária.

Uma pesquisa do instituto Informe Confidencial revelou que 49% dos equatorianos repudiam a renovação do convênio da Base de Manta em 2009, enquanto 41% aceitam a presença militar estadunidense.

O Plano Estratégico de Relações Exteriores do Equador (Planex 2020), que fixa a política internacional do país, reafirma como princípio soberano a negativa em permitir a presença de tropas estrangeiras no país.

A Conferência Mundial pela Abolição das Bases Estrangeiras segue-se a manifestações de pacifistas norte-americanos, no início do ano, exigindo o fechamento da base naval de Guantânamo, quie o Pentágono mantém desde 1903 encravada no extremo leste de Cuba, contra a vontade do povo cubano.

Estima-se que as bases estrangeiras em todo o planeta chegam a 1.700. Destas, 700 pertencem aos Estados Unidos.