Crédito a pequenas empresas cresce 25% no Brasil

Pequenas e médias empresas abocanharam metade do crédito destinado às pessoas jurídicas pelos grandes bancos privados brasileiros em 2006. Bradesco, Itaú, ABN Amro e Unibanco emprestaram R$ 74,8 bilhões às pequenas e médias empresas brasileiras, volume 25

Apenas os quatro bancos responderam por 58% do crédito total destinado às empresas. O Santander, outro dos grandes bancos que já divulgou o balanço final de 2006, não publicou os dados de acordo com o porte dos tomadores de empréstimos.



As operações de empréstimo cresceram de forma generalizada no país no ano passado. Mas os dados divulgados até agora demonstram que o crescimento, no caso de pessoas jurídicas, é mais acentuado no segmento de pequenas e médias em todos os quatro bancos.



O maior dinamismo da concessão de crédito para empresas menores fez com que elas fechassem o ano praticamente empatadas com as grandes em participação no total da carteira: elas ficaram com 49,7% do total de empréstimos, contra 50,3% das grandes empresas.



Diversificação
As grandes empresas redescobriram o mercado de capitais, em que podem levantar recursos com menor custo por meio de ações, debêntures e outros títulos. Assim, a redução relativa dos empréstimos para esse segmento na carteira dos grandes bancos não significa que elas reduziram operações, apenas que estão trocando de modalidade de financiamento.



A redução da taxa de juros é o grande motor para o desempenho do crédito. Por um lado, ela barateia o crédito para o tomador. Por outro, à medida que os títulos públicos tornam-se menos rentáveis, os juros em queda levam as instituições financeiras a recorrer mais à concessão de crédito e menos às operações com títulos.



As previsões para 2007 são as de que o crédito para empresas e pessoas físicas continue em alta. O total de crédito concedido pelo sistema financeiro nacional atingiu a marca de 34,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Cifra alta para o Brasil, mas bem reduzida se comparada à de países emergentes como o Chile, onde o crédito representa mais de 60% do PIB. No G7, clube dos sete países mais ricos do mundo, o volume de crédito em relação ao PIB fica, em média, em torno de 120%.



O aumento do crédito e a mudança que ele traz nas carteiras das instituições fazem com que elas atuem com cautela. No ano passado, por exemplo, a inadimplência subiu, o que obrigou os bancos a aumentarem suas provisões para devedores duvidosos.



Mais pequenas e médias empresas, bem como um número maior de pessoas físicas com rendas menores na carteira de crédito, afetam a qualidade das carteiras e exigem um esforço maior de avaliação de crédito das instituições.



Bradesco, Itaú, ABN e Unibanco, sem exceção, chamaram a atenção para a alta da inadimplência quando divulgaram seus resultados nas últimas duas semanas, mas todos avaliam que ela está sob controle e cedendo desde o final do ano passado.