EUA descartam reduzir subsídios do etanol brasileiro
A parceria que Brasil e Estados Unidos visam firmar na produção de etanol não prevê redução de tarifas cobradas sobre o álcool brasileiro para entrar no mercado americano. “O tema das tarifas não está na mesa de negociações”, disse Greg Manuel, coordenado
Publicado 21/02/2007 12:38
Atualmente, o álcool brasileiro paga sobretaxa de US$ 0,54 por galão (R$ 0,30 por litro) para entrar no mercado americano.
O representante dos Estados Unidos foi um dos participantes do evento “Etanol, Biodiesel e a Revolução dos Biocombustíveis”, realizado nesta terça-feira (20/2), no Brazil Institute do centro de pesquisas políticas Woodrow Wilson Center, de Washington.
Ele falava sobre os assuntos relativos ao combustível que devem ser debatidos durante a visita do presidente norte-americano, George W. Bush, ao Brasil no próximo dia 8 de março, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos no dia 31 do mesmo mês.
Visita
Segundo o representante norte-americano, entre esses temas estão a cooperação em áreas de pesquisa e desenvolvimento, transferência de recursos do etanol para outros países, e a necessidade de criar um mercado global para o produto.
“A prioridade é apostar na criação de um mercado de commodity internacional. Para que isso aconteça, é preciso criar padrões comuns para o etanol, e ambos os países já estão atuando nesse sentido.”
A transformação do álcool em commodity internacional seria o passo inicial para que ele venha ser negociado em bolsas de mercadorias, como o petróleo ou a soja.
Manuel disse ainda que os americanos desejam firmar parcerias público-privadas entre Brasil e Estados Unidos, através, por exemplo, de um projeto conjunto realizado em um país do Caribe ou da América Central.
O representante americano acredita que o etanol possa desempenhar um papel ainda mais ambicioso no cenário mundial, contribuindo até para coibir o narcotráfico. “À medida que o etanol vai se tornando um produto de alto valor, fazendeiros que cultivavam produtos usados na produção de drogas poderiam passar para outras culturas”, afirmou.
Manuel esteve recentemente no Brasil acompanhando o subsecretário de Estado americano, Nicholas Burns. Brasil e Estados Unidos respondem juntos por 70% do mercado mundial de etanol. O produto americano é produzido a partir de milho, ao passo que o brasileiro é feito de cana de açúcar.