Alicia Alonso: Bloqueio dos EUA prejudicou Balé de Cuba

O Balé de Cuba conquistou um reconhecimento mundial e é solicitado em vários países. Mas, devido ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos, o grupo teve problemas em algumas nações, disse nesta sexta-feira (23/02) a artista Alicia Alonso.

“Passamos dois anos sem podermos nos apresentar nos Estados Unidos”, afirmou a “prima ballerina asoluta” de Cuba. Alicia está no México para concluir uma turnê mundial que incluiu apresentações na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina.


 


A decana do balé de Cuba afirmou que se sente “viva” graças à dança, pois a fama e o dinheiro são efêmeros. “Mais importante que a possível riqueza material é se sentir vivo. O artista dança para o público”, acrescentou.


 


No ano passado, questionada sobre suas razões em permanecer em seu país após a Revolução Cubana, Alicia respondeu ao Valor Econômico: “Por que não iria permanecer? Sempre vivi em Cuba, apesar de realizar parte de minha carreira nos Estados Unidos e lá ter uma posição privilegiada, com o apoio do público e o respaldo dos críticos”.


 


Na mesma entrevista, Alicia agregou: “Minha aspiração sempre foi desenvolver o balé em Cuba. Com o triunfo da revolução, em 1959, abriram-se possibilidades para a cultura de nosso povo. O mais natural, então, foi ficar aqui e trabalhar como sempre fiz”


 


Segundo a bailarina, o Balé de Cuba se desenvolveu com a Revolução Cubana porque “recebeu apoio econômico para o pagamento do pessoal, locais adequados, orçamento para novas produções e, importante, fortaleceu-se e desenvolveu-se o ensino do balé no país. Além disso, surgiu um ambiente de otimismo e criatividade que envolveu o Balé Nacional de Cuba”.