Plano de segurança em Bagdá é um fiasco, diz vice iraquiano

Tariq al-Hashemi acredita que o plano de envio de mais 21,5 mil soldados ao Iraque erra em desrespeitar os direitos humanos e demorar a ser executado.

O vice-presidente do Iraque, Tariq al-Hashemi, disse nesta segunda-feira (26/2), que o alegado plano de segurança de Bagdá levado a cabo pelos ocupantes americanos falhou em respeitar os direitos humanos e tratar todos os grupos com a mesma atenção.


 


Oficiais americanos acreditavam que a resistência, tanto xiita quanto sunita, deixaria Bagdá após o anúncio do presidente George W. Bush de enviar mais 21,5 mil soldados à capital iraquiana. Al-Hashemi, considerou que o anúncio das operações acabou por tirar o ''elemento surpresa'' do plano.


 


A operação de reforço do plano de segurança começou no último dia 14 de fevereiro, mas a última tropa só deverá chegar em maio.


 


''Os direitos humanos dos iraquianos não tem sido respeitados como deveriam. Nesse sentido, este plano está sendo implementado como todos os outros e isso é um retrocesso'', disse al-Hashemi. ''A dúvida é se este plano será implementado em todo o Iraque e se ele respeitará os direitos humanos.''


 


Ele e outros líderes sunitas reclamam que as operações militares têm se concentrado nas vizinhanças sunitas enquanto o bairro xiita de Sader, libertado pelo grupo liderado pelo religioso xiita Muqtada al-Sadr, é deixada de lado.


 


Semanas antes de Bush anunciar o envio de mais tropas a Bagdá, al-Hashemi já havia reclamado que o anúncio do novo plano de segurança e sua demora e pouca eficácia dariam tempo de sobra para reação da resistência no país.


 


''Um dos pontos principais para o sucesso [do plano de segurança] é o elemento surpresa, que permitiria o plano ser posto em execução sem a necessidade de declarações oficiais. Assim a justiça chegaria da mesma forma em líderes terroristas, esquadrões suicidas e qualquer um envolvido com atividades criminosas'', explicou. ''Mas isso não aconteceu.''


 


Muqtada al-Sadr afirmou no domingo (25/2) que o tal plano de segurança está condenado ao fracasso. ''Estou bastante seguro, como acontece com todos os iraquianos reprimidos pela ocupação, de que o plano de segurança será inútil. Estamos vendo os carros-bomba explodirem e levarem as vidas de milhares de nossos entes queridos em meio a um plano idealizado pelos ocupantes'', disse Sadr.


 


Nesta segunda, uma explosão no edifício do Ministério de Obras Públicas do Iraque, onde se encontrava o vice-presidente xiita Adel Abdel Mahdi, deixou pelo menos dez mortos e 18 feridos. O vice-presidente escapou ileso.


 


A detonação atingiu o interior da sala de reuniões onde Mahdi estava reunido com o ministro de Obras Públicas iraquiano, Riad Gharib, que também saiu ileso do ataque, acrescentaram as fontes.