Com Bush, miseráveis dos EUA sobem para 16 milhões
O número de estadunidenses vivendo sob “severa pobreza” expandiu-se dramaticamente na abministração George W. Bush. Cerca de 16 milhões de pessoas vivem atualmente abaixo do limite de US$ 5 mil anuais (cerca de R$ 890 por mês), para individuos, ou US$ 10
Publicado 28/02/2007 19:02
A pobreza como um todo também cresceu neste intervalo. Mas a “severa pobreza” teve um aumento 56% mais rápido que o da população caracterizada como “pobre” – cerca de 37 milhões de pessoas conforme o censo, o que representa 12,5% da população americana, que acaba de superar 300 milhões.
“Um dramático crescimento”
A ampliação do fosso entre os possuidores e os despossuídos não é uma novidade nos Estados Unidos. Ela vem se verificando sistematicamente desde o fim da década de 1970. A novidade é o seu rápido incremento na base da pirâmide social americana. A fatia da “severa pobreza” cresceu mais que qualquer outro segmento da população.
“Isto foi exatamente o oposto do que nós esperávamos a princípios”, disse Steven Woolf, da Universidade da Virginia Commonwealth, um dos coautores do estudo do McClatchy. “O que estamos vendo não é uma maior proporção da pobreza moderada. O que vemos é um dramático crescimento da severa pobreza”, agregou.
Concentração da renda
As causas do problema são conhecidas dos sociólogos e cientistas políticos. A parcela da renda nacional que vai para os lucros das empresas transbordou para cima daquela dos salários. Muitos empregos industriais com direitos e sindicalização desapareceram, substituídos por trabalho precário, mal pago e sem garantias. As famílias que se situam nos 20% mais ricos concentram mais de 50% da renda nacional, enquanto os 20% mais pobres ficam com 3,5%.
A renda média do 1% mais rico, depois de pagos os impostos, é 63 vezes maior que a média dos 20% de maixo. Isso ocorre porque os ricos ficaram mais ricos, mas também porque os pobres empobreceram, cerca de 19%, desde o fim dos anos 70. A classe média foi ainda mais comprimida. O conjunto da população, exceto os 20% mais ricos, perdeu renda nos últimos 30 anos, independente dos períodos de expansão ou estagnação econômica.
O pensamento da direita americana
Estes números raramente são discutidos nos círculos políticos dos EUA, em parte porque em grande parte a economia deixou de ser vista como uma questão política. O discurso de John Edwards sobre as “duas Américas”, durante a campanha presidencial, foi uma rara exceção. O silêncio se deve também porque o pensamento de direita tem crescido e prosperado desde a administração Reagan, e tende a minimizar a importância do empobrecimento.
Este pensamento argumenta que, na verdade, as estatísticas sobre a pobreza estão infladas devido à mobilidade da sociedade estadunidense. Um pequeno núcleo do pensamento de direita, a exempo do Economic Policy Institute, porém, afirma que os números mostrados no censo são certamente mais baixos que a realidade, pois muitas pessoas vivendo em extrema pobreza não respondem aos questionários censitários.
Fonte: http://www.belfasttelegraph.co.uk; intertítulos do Vermelho