Lauro de Freitas relembra levante dos Malês

As canções em Yorubá de Malú Soares abriram o III Levante Malê, evento que relembra a luta pela liberdade de negros muçulmanos em 1814, às margens do Rio Joanes, em Lauro de Freitas. Realizado na quarta-feira (28) no Centro de Referência da Cultura Afro-b

Durante a cerimônia de abertura do evento, o secretário estadual de Promoção para Igualdade Racial e Políticas para Mulheres, Luiz Alberto, declarou que realizar este evento é relembrar a luta do povo negro pela liberdade. ''Uma luta que não vemos nos livros e na mídia, que nos mostra uma ótica de que o negro aceitou a escravidão e não brigou por sua liberdade''. O secretário exemplificou com o caso da novela Sinhá Moça, da Rede Globo, que deve ser refeita, caso o Judiciário acate os pedidos dos movimentos negros.
 


Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas, destacou a importância de resignificar o passado e luta do povo negro nas terras do município. ''O município, o indivíduo que não conhece sua história não pode entender o seu presente e não consegue construir o seu futuro''. A prefeita ainda destacou que não devemos ter vergonha de relembrar o passado massacrante. ''Não devemos estar aqui chorosos ou vergonhosos relembrando o passado e sim orgulhosos, afinal, o sangue derramado no Rio Joanes contribuiu para a liberdade do povo negro. Ainda não temos a liberdade que queremos, mas temos exemplo de luta a nos guiar''.    
 


E contar a verdadeira história do povo negro, principalmente para os estudantes, foi a proposta do secretário de Governo, Apio Vinagre. ''Temos que cobrar que os professores, principalmente aqueles que foram instruídos de acordo com a lei 10.639 (lei que dispõe sobre o ensino de história e cultura afro-brasileira) que contem a história do povo negro sempre com um olhar crítico e mostrando como ela realmente aconteceu''.


 


Diretor do Departamento de Promoção para Igualdade Racial de Lauro de Freitas– Depir, Eriosvaldo Menezes concorda com o secretário de Governo. ''É uma forma de fortalecer esta data trabalhando a educação nas escolas e assim defender nossa memória e buscar o reconhecimento de nosso passado''.