Dinamarca reprime protestos juvenis com violência

Cerca de 500 pessoas foram presas em Copenhague, na Dinamarca, após duas noites de protestos contra a desocupação de um centro juvenil da capital. Os manifestantes ergueram barricadas e atearam fogo a carros no bairro de Norrebro. O centro juven






 

 

A Polícia dinamarquesa deteve cerca de 90 pessoas em várias batidas realizadas em edifícios de Copenhague em busca de jovens militantes que promoveram manifestações no centro da cidade nas noites de quinta e sexta-feira. Com as prisões deste sábado, já são quase 500 jovens detidos nos confrontos com a polícia local.

 

 

Entre os detidos nas últimas horas estão vários jovens alemães, que foram à capital dinamarquesa para apoiar os jovens manifestantes contrários ao fechamento e despejo de um centro juvenil alternativo, e que serão imediatamente expulsos do país, anunciou um porta-voz policial.

 

 

As autoridades da Alemanha e da Dinamarca coordenam suas forças na fronteira entre os dois países para evitar que outros jovens alemães possam se somar aos jovens dinamarqueses e provocar mais distúrbios.



Segundo a Polícia, entre 250 e 300 pessoas foram detidas provisoriamente na noite de sexta-feira em Copenhague, em mais uma noite de graves distúrbios e confrontos entre policiais e jovens engajados que protestavam contra o fechamento de um centro juvenil alternativo ocupado por eles desde 1981.



A Polícia de Copenhague, que recebeu reforços de todo o país, não informou o número de estrangeiros detidos durante os distúrbios, nos quais foi registrado apenas um ferido, um manifestante atingido por um paralelepípedo.



Os distúrbios começaram como uma manifestação pacífica, mas não autorizada, de cerca de mil pessoas. No começo da noite desta sexta-feira, a violência teve início quando jovens dos chamados grupos autônomos atacaram a Polícia com coquetéis molotov, paralelepípedos e garrafas no bairro de Nörrebro.



Os agentes utilizaram gás lacrimogêneo e cassetetes para conter os manifestantes, que levantaram barricadas às quais atearam fogo, assim como em vários veículos estacionados na rua.



Nas proximidades do chamado Estado Livre de Cristiania – complexo urbano no centro de Copenhague fundado pelo movimento hippie em 1971, e que abriga uma grande comunidade anarquista – os manifestantes invadiram um colégio e destruíram seu interior.



Os distúrbios duraram várias horas, se enfraquecendo a partir da meia-noite (hora local). No começo da madrugada de hoje, os confrontos terminaram e a situação se tranqüilizou.



Na noite anterior, a Polícia já havia comunicado a detenção provisória de outras 217 pessoas na capital dinamarquesa devido à participação em distúrbios similares.



Os protestos em Copenhague foram acompanhados por manifestações de adesão de jovens radicais em outras cidades européias, principalmente na Alemanha.



Em Berlim, o complexo arquitetônico que abriga as embaixadas da Escandinávia, entre elas a da Dinamarca, recebeu na noite de sexta-feira, a proteção de um amplo dispositivo policial, que foi reduzido hoje, mas que continua em alerta.



O clube jovem Ungdomshuset de Copenhague estava ocupado desde 1981 e foi vendido no ano passado pela Prefeitura da capital a uma igreja independente.

 

 

Os moradores justificam que a cidade não tem o direito de adquirir o prédio, que já recebeu concertos de cantores como Nick Cave e Bjork.



Após serem despejados pelas forças antidistúrbios na noite de quinta-feira, os jovens dinamarqueses reivindicaram a ajuda solidária de outros jovens de países vizinhos como Noruega, Suécia e Alemanha, muitos dos quais se juntaram a eles nos conflitos da noite de sexta-feira.



Da redação,
com agências