Reviravolta: Daniel Dantas não terá mais a “IstoÉ”?

Até sexta-feira passada (02/03), estava praticamente certa a compra da Editora Três pelo banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportuniy. Mas o caso ganhou novos desdobramentos nesta terça (06/03), data-limite para a assinatura do contrato. O empresário Domin

Em seu blog, o jornalista Ricardo Noblat afirma que a negociação empacou por duas razões: Dantas queria adquirir 51% de participação na editora e também pretenderia profissionalizar a gestão. Isso significaria o afastamento de cargos administrativos da família Alzugaray.


 


Mas o empresário quer seu filho Carlos, atual diretor-executivo, na presidência da empresa, que publica as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, Dinheiro Rural e IstoÉ Gente. Com a decisão, Nélson Tanure, da Companhia Brasileira de Mídia, teria reforçado sua posição para comprar a editora.


 


O jornalista Mino Carta, em seu blog, chega a dizer que o negócio foi fechado na segunda à noite: “Quem adquiriu o controle da Editora Três não é Daniel Dantas, mas Nelson Tanure, que lenta e inexoravelmente constrói uma empresa midiática de largo espectro. Consta que na noite de ontem, Domingo Alzugaray anunciou oficialmente o desfecho da negociação, bem como sua permanência à testa da Editora, embora sócio minoritário.”, afirma Mino Carta.


 


Uma das exigências de Domingo Alzugaray era de que o novo controlador da empresa assumisse os salários atrasados dos jornalistas, que estão parados desde a última terça-feira (27/02). Os vencimentos referentes aos dias 5 e 20 de fevereiro ainda não foram pagos. O setor administrativo da editora resolveu aderir à greve e os funcionários estão parados desde ontem (05/03).


 


Diante de tanta incerteza e com aprovação das redações da Três, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo divulgou o seguinte comunicado.
 



Nota de esclarecimento


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo vem a público esclarecer que a atual mobilização dos jornalistas da Editora Três teve início em agosto de 2006. A situação, à época, já havia atingido tal grau de deterioração nas relações trabalhistas, com atrasos salariais que atingiam todos os setores da empresa, exigindo assim a organização e a presença constante do Sindicato junto aos seus representados.


 


Durante estes meses foram realizadas assembléias, reuniões, protestos, paralisações localizadas e dezenas de documentos foram trocados entre os jornalistas e a diretoria da Três na busca da melhor solução. No entanto, como todas as iniciativas não lograram efeito e  a situação acabou se  agravando, o recurso que resta aos trabalhadores é o da greve, justa e amparada nos preceitos legais.


 


No momento, com a provável venda da editora ao grupo Opportunity – o que pode significar um breve alívio financeiro – surgem outras perguntas que precisam ser devidamente respondidas. Todos os títulos da Editora serão mantidos? Os atuais profissionais serão substituídos? Como, e por quem, serão honrados os passivos trabalhistas?


 


Estas informações precisam ser prestadas aos trabalhadores, pois não estamos tratando apenas de cifras e cláusulas jurídicas, mas sim da vida de centenas de trabalhadores e de suas famílias. Por isso, os Sindicatos manterão a atual mobilização, utilizando os recursos cabíveis para, junto aos trabalhadores da Editora Três, buscar a melhor resolução possível para este verdadeiro drama social.


 


São Paulo, 5 de março de 2007