México está prestes a entrar em disputa comercial com os EUA

O México pode se unir ao Brasil na luta contra os altos subsídios dados pelos Estados Unidos aos produtores de milho, se a queixa contra os incentivos concedidos aos agricultores não for adiante na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Nessa hipótese, o governo de Felipe Calderón apoiaria a causa defendida por Brasil, Argentina, Canadá, Uruguai, Guatemala, Nicarágua e Austrália, União Européia e Tailândia, que são contra a política norte-americana para o produto.



O governo mexicano anunciou nesta terça-feira (6/3) que se unirá ao Canadá na reclamação que o país apresentou na OMC contra os subsídios dos EUA ao milho. A cooperação aconteceria caso o pedido de consultas mexicano fracassasse. O grupo de arbitragem estaria, portanto, formado.



“Caso seja instalado um painel, resultado das consultas do Canadá, o México se incluiria como um terceiro interessado”, afirmou o secretário (ministro) mexicano de Economia, Eduardo Sojo, durante uma entrevista coletiva.



Grupo cada vez maior
Com o México seriam dez os países que apóiam a queixa na OMC feita pelo Canadá contra as subvenções que os EUA concedem ao milho produzido pelos agricultores do país.



O processo está previsto na normativa da OMC e permite aos membros da organização tentarem solucionar as disputas entre eles de forma consensual e em um prazo máximo de três meses.



As normas da OMC estabelecem que, se após o processo de consultas as partes não chegarem a um acordo, os interessados podem solicitar a formação de um grupo de especialistas que julguem a questão entre eles e adote uma solução conveniente.



Em sua queixa, apresentada no início do ano, o Canadá afirmava que os quase US$ 9 bilhões que o governo dos EUA concede anualmente aos produtores de milho do país causam um “transtorno significativo” no preço do produto em território canadense.



Segundo números oficiais norte-americanos, o México exportou para os EUA no ano passado US$ 10,2 bilhões em produtos agropecuários, florestais e pesqueiros, mas importou US$ 11,5 bilhões.