Morre em Paris o filósofo e sociólogo Jean Baudrillard

Faleceu nesta terça-feira (6/3), aos 77 anos, em Paris, o filósofo e sociólogo francês Jean Baudrillard, considerado um dos principais teóricos da pós-modernidade.

Baudrillard, um dos fundadores da revista Utopie, publicou mais de 50 livros ao longo de sua carreira, dentre os quais O Sistema dos Objetos (1968), A Sociedade de Consumo (1970), Simulacros e Simulações (1981) e América (1997).



Baudrillard refutou o pensamento científico tradicional, e baseou sua filosofia no conceito de virtualidade do mundo aparente.



Além de criticar a sociedade de consumo e considerar as massas como cúmplices dessa situação, o francês desenvolveu nas últimas décadas uma crítica radical aos meios de comunicação.



Baudrillard consolidou a fama em 1991, com a provocação de que a Guerra do Golfo “não ocorreu”, argumentando que nenhum lado poderia cantar vitória e que o conflito não alterou nada no Iraque. Dez anos depois, no ensaio “O Espírito do Terrorismo”, voltou a causar controvérsia, ao descrever os ataques de 11 de Setembro de 2001 nos E.U.A. como expressão da “globalização triunfante combatendo a si mesma”. Sobre o episódio, escreveu no ano seguinte Réquiem para as Torres Gémeas.



Suas teorias contradizem o discurso da “verdade absoluta” e contribuem para o questionamento da situação de dominação imposta pelos complexos e contemporâneos sistemas de signos. Os impactos do desenvolvimento da tecnologia e a abstração das representações dos discursos são outros fenómenos que servem de objecto para os seus estudos. Sua postura profética e apocalíptica é fundamentada através de teorias irónicas que têm como objectivo o desenvolvimento de hipóteses e polémicas sobre questões actuais e que refletem sobre a definição do papel que o homem ocupa neste ambiente.