Lula cobra da Alemanha fim dos subsídios agrícolas

Ao lado do presidente alemão, em solenidade no Palácio do Planalto, Lula disse que já conversou com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e outros líderes da União Européia para acelerar a

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer estreitar a cooperação com os alemães na produção de combustíveis limpos, como o etanol. “Um maior consumo de biocombustíveis na Alemanha ajudará a dar mais segurança à matriz energética alemã e estimular a introdução do etanol na matriz energética de todo o continente europeu. Ao mesmo tempo, reforçará a reconhecida liderança da Alemanha no combate às emissões de gases de efeito estufa”, afirmou Lula, após encontro com o colega alemão, Horst Köhler, no Palácio do Planalto.


 


Segundo o presidente alemão, Lula o convenceu sobre a importância do combustível alternativo para a redução do aquecimento do planeta. Ele disse que a Alemanha será uma “parceira natural” do Brasil na produção de combustível alternativo. “É importante que o Brasil tenha papel de liderança nesse setor”, declarou Köhler.


 


De acordo com o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, Köhler informou que vai conversar com empresários da indústria automotiva alemã para que invistam na fabricação de carros movidos a álcool combustível (etanol) ou biodiesel.


 


Combate ao terrorismo e fim dos subsídios


 


Uma declaração conjunta assinada pelo governo brasileiro com o presidente alemão aborda a questão do combate ao terrorismo. O documento afirma que o combate ao terrorismo só será facilitado com o desenvolvimento e o maior acesso dos países pobres aos mercados da Europa e dos Estados Unidos. “Nós sabemos que se não houver um acordo para possibilitar uma chance aos países mais pobres do planeta, não iremos combater com muita facilidade a pobreza, a fome e muito menos o terrorismo”, afirmou Lula.


 


Ao lado do presidente alemão, em solenidade no Palácio do Planalto, Lula disse que já conversou com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, com a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e outros líderes da União Européia para acelerar a abertura das negociações da Rodada Doha, sobre o fim dos subsídios agrícolas dos países desenvolvidos. Lula voltou a recorrer à metáfora do futebol para dizer que os países pobres já estão cansados de esperar uma decisão da União Européia e dos EUA. “Estamos chegando num momento em que os técnicos (diplomatas) estão como jogadores de futebol em fim de partida: sem fôlego para correr com a mesma intensidade que começaram o jogo”, afirmou.


 


Lula fez um apelo a Köhler para que convença a primeira-ministra alemã a atuar a favor do fim dos subsídios. Ele disse que espera que em três ou quatro semanas possa ser anunciada uma decisão a favor dos países pobres. “O que queremos é que a União Européia flexibilize o acesso ao seu mercado agrícola para os países mais pobres. Nem falo em nome do Brasil, que tem um setor agrícola competitivo”, disse. “Queremos também que os Estados Unidos diminuam os subsídios tão importantes para os agricultores americanos, mas tão nefastos para o livre comércio”, acrescentou. “Espero que nas próximas três ou quatro semanas possamos anunciar ao mundo que finalmente os países mais pobres terão uma chance para se desenvolver”, concluiu.


 


Brasil e Alemanha movimentaram em 2006 US$ 12 bilhões. No encontro com o presidente alemão Lula pediu que empresários alemães invistam em projetos do Programa Aceleração do Crescimento (PAC).


 


Logo após o discurso do presidente, Köhler fez elogios a projetos sociais do governo Lula e ao combustível alternativo brasileiro. “Vamos não só levar a sério a voz do Brasil, mas tomar decisões conjuntas”, disse Köhler. O presidente alemão assegurou a Lula que a primeira-ministra, Angela Merkel, dará prioridade à reabertura das discussões de Doha. O presidente alemão ressaltou ainda que ficou entusiasmado com a proposta do biocombustível. “Por sua tecnologia e capacidade, a Alemanha é quase uma parceira natural do Brasil nesse setor. Vou voltar para a casa com esse espírito”, disse.


 


Com agências