Palestra em Ijuí (RS) destaca a participação feminina na sociedade

Vice-presidente estadual e coordenadora local da União Brasileira de Mulheres (UBM), Rosane Simon tem um respeitável histórico de lutas pela emancipação feminina e destacou que na origem da opressão de gênero está a opressão de classe. Ela exemplificou dizendo que nas sociedades tribais, sem classes, é comum ver mulheres na posição de liderança da tribo, o que raramente ocorre na sociedade dita civilizada, onde há exploração do proletariado pela burguesia. “Por isso, nossa luta também é por uma sociedade mais igualitária, onde não exista discriminação de qualquer tipo, seja das mulheres, dos negros ou dos pobres”.

Rosane também destacou que os recentes avanços na legislação brasileira coibindo a violência doméstica e, em geral, na promoção da igualdade entre homens e mulheres são conquistas da mobilização feminina. “A história está cheia de exemplos de mulheres que lutaram unidas para fazerem valer seus direitos, tanto no Brasil como em outros países”, destacou, citando mobilizações pela anistia política durante a ditadura, o movimento contra a carestia, o Fora Collor, entre outros fatos. Para finalizar o discurso, a sindicalista conclamou as mulheres presentes para organizarem-se em movimentos sociais, pois considera que a própria realização da conferência deve-se à mobilização dessas entidades. “Se hoje temos no país um ambiente democrático, propício aos avanços da luta emancipacionista, isso acontece porque se lutou muito por essa conquista. Pela nossa experiência, sabemos que os avanços sociais sempre acontecem vindos da sociedade para o poder público, e não o contrário. As mulheres devem continuar conscientes e jamais abrir mão de seu papel de protagonistas da evolução da sociedade”, disse.

Mateus Junges