Evo anuncia expulsão de corruptos de seu partido

O presidente da Bolívia, Evo Morales, se declarou nesta quarta-feira (14/3) decepcionado com os casos de corrupção denunciados no seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), e anunciou que expulsará os culpados de atos imorais, se forem comprovados.

Em entrevista coletiva no Palácio do Governo de La Paz, o presidente boliviano disse que vai afastar alguns legisladores por tráfico de influência, denunciado há várias semanas por um jornal.



A decisão é conseqüência da revelação da existência de “recomendações”, emitidas por dirigentes sindicais e políticos aliados do governo socialista, para empregar pessoas.



O grave do caso é que as “recomendações” tiveram um preço de US$ 300 a US$ 1.000, denunciado por pessoas que pagaram e não obtiveram o cargo que pediram.



Sem perdão
Evo sentenciou que os “dirigentes do MAS que tenham cobrado por cargos devem ser expulsos imediatamente e processados para serem julgados e presos”. “Não haverá perdão para os culpados”, garantiu.



“Eu lamento muito. Eu e alguns companheiros nos esforçamos para dignificar o movimento sindical. Eu venho da lutas sindicais, das classes oprimidas. Para mim é uma grande decepção”, admitiu.



Ele acrescentou que os senadores, deputados e constituintes socialistas que participaram da irregularidade “devem renunciar a sua imunidade, sem perder seu mandato, e se submeter à Justiça”.



A cúpula do partido resolveu proibir o mecanismo utilizado pelos militantes socialistas para postular um cargo público. Outra medida tomada foi o recadastramento dos militantes em todo o país “para fazer uma profunda limpeza” e evitar a corrupção.