Quem é quem no novo governo de unidade palestina

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, apresentou nesta quinta-feira o novo governo de união nacional, após meses de negociação, já aceito pelo presidente Mahmud Abbas. Dos 25 ministros, 17 são novos. E o Hamas, que antes estava com todas as pasta

A lista dos ministros (veja o infográfico ao lado) foi entregue por Haniyeh ao presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que pertence à Al Fatá. No próximo sábado Abbas pedirá ao Parlamento um voto de confiança para o governo. A posse dos ministros está marcada para o mesmo dia, nas sedes do Conselho Legislativo em Gaza e em Ramalá, na Cisjordânia.



O governo de união nacional sucederá o gabinete puro-sangue do Hamas (apenas com alguns independentes ligados àquele movimento islâmico), empossado em março de 2006, após a vitória do Hamas nas eleições de 25 de janeiro daquele ano. A gestão que se encerra foi marcada pelo boicote cerrado dos Estados Unidos e de Israel, pelo bloqueio de toda ajuda ocidental à Palestina, e ainda por conflitos internos, sobretudo entre Hamas e Al Fatá, que chegaram às portas de uma guerra civil.



Negociação delicada



A negociação da unidade ganhou impulso após o Acordo de Meca, concluído cinco semanas atrás entre Al Fatá e Hamas. O discurso de Haniyeh, ao apresentar a fórmula de composição, dá uma idéia dos delicados pontos acordados, entre eles um reconhecimento tácito do Estado de Israel.



''O governo confirma que a resistência é um direito legítimo do povo palestino. Suspender a resistência depende do fim da ocupação, da obtenção da liberdade, do direito de retorno e da independência. Apesar disto, o governo, por consenso nacional, trabalhará para manter a trégua, e estendê-la até que ela se torne completa, recíproca e sincronizada, em troca de um compromisso de Israel para por fim às medidas de ocupação'', afirma uma das passagens mais sensíveis do pronunciamento.



''O governo sustenta a proteção dos mais elevados interesses nacionais do povo palestino e a proteção de seus direitos. Sobre esta base, respeita as resoluções internacionais e acordos assinados pela OLP (Organização de Libertação da Palestina'', afirmou Haniyeh.



''O governo mantém sua rejeição ao que tem sido chamado de fronteiras temporárias, pois tal idéia baseia-se num princípio que nega o direito do povo palestino'', agregou. ''Ele se atém firmemente aos direitos dos refugiados palestinos e ao direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras e bens'', disse ainda.



Afora o Hamas e a Al Fatá, outras forças participam do novo gabinete. O Partido do Povo, comunista, terá um representante como ministro da Cultura. A Frente Democrática pela Libertação da Palestina, também de orientação marxista, ficará com a pasta dos Assuntos Sociais. Outras correntes da opinião pública palestina estão representadas mais difusamente, por intermédio de independentes.



Com informações do www.aloufok.net