Seis potências fecham nova propostas de sanção contra Irã

O representante da Rússia na ONU, Vitaly Tchukrine, anunciou nesta quinta-feira (15) projeto de novas sanções contra o Irã, a ser apresentado ao Conselho de Segurança da ONU por seis potências. O anúncio veio logo após o embaixador chinês, Wang Guangya, d

O acordo anunciado envolve os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança –- EUA, Rússia, China, Reino Unido e França –, mais a Alemanha. As medidas propostas incluem um embargo às exportações de armas para a república islâmica e o congelamento de bens de indivíduos e companhias ligados ao programa nuclear do país. A proposta será agora apresentada aos dez membros não permanentes do Conselho.



Causou surpresa o anúncio ter sido feito pelo russo Tchukrine, da ala mais propensa ao diálogo por Teerã. O script anterior reservava esta tarefa para o representante britânico, Emyr Jones Parry. “Temos um acordo e dentro de 10 minutos apresentarei o texto em nome dos seis”, afirmou Parry, referindo-se à reunião dos 15 membros.



“Pedaços de papel rasgado”



A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou em um relatório no fim de fevereiro que o Irã continuava a enriquecer urânio, apesar das resoluções do Conselho de Segurança pedindo para que o país encerrasse as atividades. A resolução de dezembro estabelecia a data limite de 21 de fevereiro para o país acatar a resolução.



Ahmadinejad, em declaração desta quinta-feira antes do acordo dos seis havia desqualificado a tentativa de impor sanções ao seu país. “Emitir tais pedaços de papel rasgado não terá qualquer impacto sobre o desejo da nação iraniana”, disse o presidente, em um comício no centro do seu país, segundo a agência de notícias Irna.



EUA relutam em entrar numa terceira guerra



O Irã descarta a hipótese de suspender as atividades de enriquecimento de urânio, em um programa nuclear que visa a geração de energia elétrica. Os EUA e outras potências ocidentais insistem no risco do projeto iraniano permitir também a produção de bombas atômicas.



A nova resolução da ONU pode ser votada já na próxima semana. Mas não se prevê um recuo de Teerã. “Toda a nação iraniana insiste nesse direito [à tecnologia nuclear], e não vamos recuar uma vírgula”, disse Ahmadinejad em seu discurso.



Ao mesmo tempo em que se empenham na via diplomática, os Estados Unidos ameaçam usar inclusive a força militar contra o Irã, país que o presidente George W. Bush incluiu em seu “Eixo do Mal”. Os observadores, porém, são céticos quanto à possibilidade do Pentágono se envolver em mais uma guerra no Oriente Médio, face ao impasse a que chegaram as operações bélicas no Afeganistão, desde 2001, e no Iraque, que completa quatro anos na semana que vem.



Da redação, com agências