Filme denuncia genocídio de crianças negras

Na semana em que se comemora o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial  – 21  de março – chega às telas dos cinemas o filme baseado na peça do Bando de Teatro Olodum, que retrata a situação cruel das crianças negras no Centr

Uma expressão tipicamente baiana, Ó pai ó, que quer dizer ''olhe para isso, olhe'', é o nome do filme de Monique Gandemberg,  que retrata a história de um grupo de moradores de um cortiço do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, durante a década de 90.



O filme trouxe para pauta de discussão o genocídio que a juventude negra vem sofrendo silenciosamente. E cumpre duas outras funções importantes, que é a de revelar para o Brasil e o mundo os talentos dos atores baianos, que em muitos momentos não têm oportunidade de expressar a sua arte, e a importância social, pois desmascara a falsa cordialidade que existe entre as diferentes classes econômicas.



Presidente da comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Olívia Santana (PCdoB) declarou que o filme é um instrumento de valorização do talento baiano, pois projeta artistas locais, repercute internacionalmente a nossa cultura e os costumes da nossa cidade.



''Ó pai ó é um filme que possui uma forte mensagem social. Mostra o cotidiano dos excluídos, e uma conjunção de sentimentos, de pessoas que são marginalizadas. Apresenta, em um só momento, a discriminação, a agressividade, o afeto, a solidariedade. Mas acima de tudo, o filme faz uma grande denúncia sobre o genocídio silencioso sofrido pelas crianças negras. Que parece não incomodar o sono de nossas elites'', afirma Olívia, que solicitará na Câmara Municipal uma moção de aplauso para o filme.